Folha de S. Paulo


Só reviravolta tiraria candidatura democrata de Hillary Clinton

Ainda há uma longa fila de delegados a ser conquistados até que Hillary Clinton possa ser declarada a candidata presidencial do Partido Democrata, mas os resultados das prévias já realizadas sugerem que apenas uma reviravolta tiraria o título dela.

Das 7 vitórias na Superterça, quando 11 Estados e um território foram às urnas, a mais apertada delas foi a mais promissora: Massachusetts.

Nesse Estado ao norte do país, de maioria branca e tendência liberal, o senador Bernie Sanders, seu oponente, precisava ter se saído melhor, mas acabou com 49% dos votos, ante os 50% de Hillary.

Rhona Wise -1.mar.2016/AFP
Pré-candidata democrata Hillary Clinton discursa durante comício em Miami
Pré-candidata democrata Hillary Clinton discursa durante comício em Miami

Se Sanders não convenceu eleitores vizinhos a seu reduto político, Vermont, e sujeitos à publicidade investida no também vizinho New Hampshire, a dúvida é quem conseguirá convencer, argumentam analistas e estrategistas da oponente.

Além disso, a ex-secretária de Estado conquistou boas vitórias no sul. Alabama (78% a 19%), Geórgia (71% a 28%), Tennessee (66% a 32%) e Arkansas (66% a 32%) deram folga à mulher do ex-presidente Bill Clinton, popular entre a população negra local.

Esse grupo a escolheu numa proporção de 8 para 2, repetindo e, em alguns casos, melhorando o cenário que impulsionou Barack Obama em 2008. Na média nacional, os negros representam um quarto do eleitorado democrata.

Em Estados com maior diversidade demográfica, Hillary ganhou com conforto de 30 pontos no Texas e Virgínia.

Salvo por Vermont, onde obteve 86% do total, as conquistas de Sanders não foram tão vantajosas. Colorado: 59% a 40%, Minnesota: 62% a 38% e Oklahoma: 52% a 42%.

A contagem de delegados permanece inconclusiva. Apesar de a Superterça ter definido, em um só dia, 859 desses representantes partidários que comparecerão à convenção nacional em julho, é preciso 2.382 para conquistar a candidatura democrata. Hillary agora soma 595 e Sanders, 405.

Mas ela tem 457 dos 712 superdelegados, que são membros da elite democrata que não precisam seguir o resultado das urnas ao votar na convenção. Sanders tem 22.

"Esses resultados levam a uma conclusão clara: com mais de 180 delegados de vantagem e embalo do nosso lado, fica cada vez mais difícil e, ao final, matematicamente impossível para o senador Sanders recuperar o atraso", disse Robby Mook, coordenador da campanha de Hillary.

A pré-candidatura adversária rebateu com o argumento de que as próximas prévias serão mais favoráveis. Além disso, afirmou o estrategista-chefe de Sanders, Tad Devine, "entender a dinâmica eleitoral requer mais do que habilidades aritméticas".

Em Michigan, afirma a equipe de Sanders, a diversidade demográfica e uma grande classe trabalhadora podem beneficiar o pré-candidato, na votação do dia 8. Lá estarão em jogo 130 delegados. Mas as pesquisas apontam Hillary 20 pontos à frente no Estado, onde ela tem feito campanha intensa.

No dia 15, ocorrerá outra rodada crucial de prévias como a da Flórida (214 delegados), onde Hillary fez seu discurso pós-Superterça.

Editoria de Arte/Folhapress

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