A corrida presidencial americana chega nesta terça (1º) a um momento decisivo, quando 13 Estados terão prévias dos partidos para a escolha dos candidatos à eleição de novembro, 11 deles com resultados vinculantes.
A rodada de votações é especialmente importante para a disputa no Partido Democrata, na qual Hillary Clinton poderá ficar bem perto de selar a vitória sobre o seu rival, o senador Bernie Sanders.
| Editoria de Arte/Folhapress | ||
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Após quatro votações em Estados que somam menos de 4% da população do país e servem como indicador inicial do rumo da campanha, a simbologia ficou para trás: o que vale agora são números.
Com três vitórias e uma vantagem confortável nas pesquisas da Superterça, sobretudo no Sul, onde pesa sua liderança entre os negros, Hillary está em posição confortável para consolidar uma vantagem dificilmente reversível no número de delegados democratas necessário para se consagrar candidata.
Dos 2.382 delegados que selam a candidatura partidária, Hillary já conquistou 90, e Sanders, 65. Além disso, a ex-chanceler tem o apoio da cúpula do Partido Democrata, incluindo o presidente Barack Obama, governadores e congressistas da legenda.
Senador independente por Vermont, Sanders joga quase sozinho na disputa.
As projeções que favorecem Hillary levam em conta não só o apoio maior entre os eleitores mas também os chamados superdelegados, que são livres para escolher candidatos independentemente dos resultados das prévias.
| Jonathan Ernst/Reuters | ||
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| Hillary Clinton durante campanha na Universidade George Mason, em Fairfax, Virginia |
Do total de 4.763 delegados que escolherão o candidato presidencial democrata na convenção do partido, em julho, 712 são superdelegados. Destes, 453 já declararam apoio a Hillary, e apenas 20 estão do lado de Sanders.
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Para o cientista político da Universidade de Cincinnati (Ohio) Al Tuchfarber, que se dedica a destrinchar a matemática das prévias, as regras da corrida democrata (sobretudo os superdelegados e o sistema de voto proporcional) beneficiam Hillary e tornam remota a chance de Sanders.
"A consequência prática dos dois fatos é que Sanders precisa ganhar cerca de 58% dos votos ou mais em cada um dos Estados restantes. É uma tarefa hercúlea", nota.
Ou seja: precisa repetir em quase todas as prévias o desempenho que teve em New Hampshire, sua única vitória até agora, onde bateu Hillary por 61% a 38%. Mas as pesquisas não indicam isso.
CONTAGEM DE DELEGADOS ATÉ AGORA - Entre os Democratas (com superdelegados)
As prévias democratas da Superterça têm 859 delegados em jogo e uma vitória de Hillary é prevista em quase todas as projeções, embora as margens variem, graças sobretudo ao bom desempenho em cinco Estados sulistas. Neles, ela pode repetir a vitória obtida na Carolina do Sul por quase 50 pontos percentuais.
REPUBLICANOS
No lado republicano, o empresário Donald Trump lidera pesquisas em todos os Estados da Superterça, com exceção do Texas e do Arkansas, onde o senador Ted Cruz está à frente, e em Minnesota, onde Marco Rubio prevaleceria, mas as pesquisas são antigas.
Apesar da crescente resistência da elite do partido, Trump parece cada vez mais difícil de ser contido.
Comentaristas políticos descrevem o clima na cúpula republicana como "pânico" ante a possibilidade de Trump representá-los nas eleições presidenciais.
Em nova polêmica, Trump foi duramente atacado na segunda (29) por lideranças do partido por não rejeitar o apoio de um líder da organização racista Klu Klux Klan.
contagem de delegados até agora - Entre os Republicanos
Depois de ganhar três das quatro prévias republicanas, o empresário tem 82 delegados, contra 17 de Cruz e 16 de Rubio. Para ganhar a candidatura ele precisa de 1.237.
Mesmo com o provável êxito na Superterça, quando estarão em jogo 595 delegados republicanos, o bloco anti-Trump ainda quer contê-lo.
A aposta é investir milhões em propaganda negativa em Estados grandes e influentes como Ohio e Flórida, que votam dia 15 e onde, diferentemente do sistema proporcional dos Estados desta terça, o vencedor leva todo o lote de delegados em disputa.