Folha de S. Paulo


Macri determina restrições a protestos para evitar bloqueios de ruas

O governo de Mauricio Macri vai endurecer as medidas de repressão a protestos de ruas na Argentina, proibindo os bloqueios parciais ou totais de vias.

O Ministério de Segurança criou um protocolo que deverá ser utilizado quando houver manifestações. Em caso de atos organizados, a duração e o trajeto deverão ser comunicados antecipadamente às autoridades.

Quando ocorrer bloqueios de ruas de forma espontânea, a polícia pedirá que as pessoas se retirem da via e informará a Justiça. Caso não seja respeitada a notificação policial, a remoção poderá ser feita à força.

Eitan Abramovich/AFP
Members of the Tupac Amaru neighborhood association and other leftist organizations block the Pueyrredon bridge demanding the release of the president of their association, Milagro Sala, in Buenos Aires, Argentina, on February 17, 2016. Sala was detained on January 16 during a social protest the northern province of Jujuy. AFP PHOTO/EITAN ABRAMOVICH ORG XMIT: EAS588
Manifestantes pedindo a libertação da ativista Milagro Sala bloqueiam um dos acessos a Buenos Aires

"Vamos dar a eles [manifestantes] cinco minutos. Ou se vão ou os tiraremos", afirmou à imprensa local a ministra de Segurança, Patricia Bullrich. "Não queremos paus nem capuzes", acrescentou.

O protocolo também permite que os manifestantes sejam detidos se estiverem com o rosto coberto, se negarem a se identificar ou se recusarem a entregar à polícia armas e pedaços de pau.

Enquanto Cristina Kirchner esteve no poder, entre 2007 e 2015, a postura adotada era a de permitir as manifestações sem restrições, o que tornou comum o bloqueio de vias.

Na última quarta-feira (17), antes de o protocolo de repressão ser anunciado, cerca de 200 pontos em estradas do país foram fechados em um protesto contra a prisão da líder política Milagro Sala.

A ponte Pueyrredón, por exemplo, um dos principais acessos a Buenos Aires, ficou intransitável das 10h às 14h.

Por volta das 13h, dois policiais se aproximaram do líder do ato e perguntaram, tranquilamente, até que horas os manifestantes permaneceriam no local. Após serem informados de que a intenção era finalizar o protesto em uma hora, se afastaram para aguardar.


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