Folha de S. Paulo


Lech Walesa foi informante do regime comunista, revelam documentos

O diretor do instituto de história da Polônia informou nesta quinta-feira (18) que documentos recém-descobertos mostram que o ex-presidente do país e fundador do sindicato Solidariedade, Lech Walesa, atuou como informante dos serviços de segurança da era comunista no país.

Walesa foi pago para atuar como informante entre 1970 e 1976, segundo os documentos.

Símbolo da luta contra o regime comunista no país, o fundador do Solidariedade já havia admitido ter assinado um compromisso para ser informante do regime comunista, mas afirmou que nunca atuou nesse sentido.

Miguel Gutierrez - 17.fev.2016/Efe
17/02/2016.- El expresidente de Polonia Lech Walesa (i), ganador del Premio Nobel de la Paz en 1983, saluda a Lilian Tintori (d), esposa del dirigente opositor venezolano preso, Leopoldo López, a su llegada al aeropuerto Internacional
Walesa com Lilian Tintori, mulher do opositor Leopoldo López, ao chegar à Venezuela, nesta quarta (17)

Em 2000, ele foi absolvido por um tribunal especial que analisou o caso.

O chefe do Instituto Nacional de Memória, Lukasz Kaminski, disse nesta quinta (18) que documentos apreendidos nesta semana na casa do último ministro do Interior do governo comunista, o general CzesBaw Kiszczak, já morto, incluem um compromisso para fornecer informações para a segurança secreta.

O documento está assinado com o nome de Walesa e seu codinome, Bolek.

Há também páginas de relatórios e recibos de dinheiro assinados por Walesa.

"As 279 páginas de documentos parecem ser autênticas e serão tornadas públicas em um momento oportuno", disse Kaminski a repórteres, acrescentando que os historiadores precisam de tempo para analisar seu conteúdo.

OUTRO LADO

Na sexta (19), Walesa negou as alegações de que teria atuado como informante. "Eu não colaborei [com o serviço secreto]. Eu não recebi dinheiro e nunca fiz nenhum relato oral ou escrito a qualquer pessoa", disse. "Eu acredito que a verdade é autodefensável."

Segundo ele, nas diversas ocasiões em que a polícia fez buscas em sua casa e em seu escritório, apreendeu muitos papéis escritos à mão, dando a entender que parte dos documentos apresentados podem ter sido forjados.


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