Folha de S. Paulo


Manifestações pró-líder opositora presa fecham estradas na Argentina

Rodovias em toda a Argentina foram bloqueadas nesta quarta-feira (17) por manifestantes que defendem a liberação da líder política Milagro Sala.

Chefe da organização kirchnerista Tupac Amaru, Sala foi presa em 16 de janeiro, acusada de incitação à violência. Agora, também responde por fraude e extorsão.

Eitan Abramovich/AFP
Members of the Tupac Amaru neighborhood association and other leftist organizations block the Pueyrredon bridge demanding the release of the president of their association, Milagro Sala, in Buenos Aires, Argentina, on February 17, 2016. Sala was detained on January 16 during a social protest the northern province of Jujuy. AFP PHOTO/EITAN ABRAMOVICH ORG XMIT: EAS588
Manifestantes pedem liberdade a Milagro Sala em protesto em Buenos Aires

Em Buenos Aires, as principais vias de acesso à cidade permaneceram fechadas entre 10h e 14h, o que gerou engarrafamentos principalmente no sentido capital.

O porteiro Moisés Lopes, 33, gastou mais de uma hora para percorrer quatro quadras. "A Justiça que tem de analisar a situação [de Sala], não as pessoas nas ruas", reclamou.

Segundo os organizadores dos protestos, foram 200 pontos bloqueados no país. Cerca de 40 movimentos sindicalistas e kirchneristas apoiaram as manifestações.

"Fizemos esses bloqueios para que soltem Milagro. Ela é uma presa política. Foi detida por protestar e depois arranjaram desculpas para mantê-la na prisão", disse à Folha o líder da organização em Buenos Aires, Alejandro Garfagnini.

Quando foi presa, Sala liderava um acampamento na província de Jujuy contra a retirada de recursos de programas sociais administrados pela Tupac Amaru por parte do governador da província, Gerardo Morales, aliado do presidente Mauricio Macri.

Ela também é suspeita de usar os recursos concedidos por administrações anteriores em benefício próprio.

Nesta semana, o papa Francisco enviou um rosário para Sala pelo argentino Enrique Palmeyro, que dirige uma rede de escolas criadas pelo pontífice.

"Transmiti ao papa o pedido de oração pela situação de Sala, e ele saudou o movimento e me entregou o rosário benzido para ela."

O gesto de apoio gerou polêmica no país pouco mais de dez dias antes do primeiro encontro entre o pontífice e Macri como presidente. A reunião está marcado para 27 de fevereiro na Itália.


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