Favorita, segundo as pesquisas de intenção de voto, para vencer as eleições presidenciais no Peru, em 10 de abril, Keiko Fujimori disse neste domingo (14) que, se eleita, não dará indulto a seu pai, o ex-presidente Alberto Fujimori, condenado a 25 anos de prisão em 2007 por crimes de lesa-humanidade e corrupção.
"A decisão de libertar meu pai ocorrerá pela via legal e constitucional. É uma decisão que foi tomada pela família, com ele", disse Keiko.
Guadalupe Pardo/Reuters | ||
Candidata à presidência, Keiko Fujimori é recebida por apoiadores durante campanha em Lima |
Fujimori, que governou o Peru de 1990 a 2000 e hoje tem 77 anos, está preso há nove em uma base policial em Lima. Entre os crimes pelos que foi condenado está a ordem para matar 25 pessoas supostamente ligadas à guerrilha terrorista Sendero Luminoso.
"Temos confiança de que o pedido de habeas corpus apresentado é sólido, com muitas evidências de que ele não teve um processo imparcial e que sua condenação já estava preparada meses antes de receber a sentença", declarou a candidata ao programa "Sala de Espera".
"Por isso, estamos muito tranquilos, sabemos que a saída de meu pai irá ocorrer pela via constitucional", completou Keiko, 40.
A estratégia de Keiko mudou desde sua última campanha, em 2011, quando disse que libertaria o pai.
Em 2012, os quatro filhos de Fujimori pediram um indulto para seu pai, sob o argumento de que ele apresentava um estado de saúde delicado, sofrendo de hipertensão, depressão e outras doenças. O governo de Ollanta Humala, porém, rechaçou o pedido, alegando que médicos haviam atestado que seu estado não era tão grave para receber o benefício.
A primogênita de Fujimori é a favorita nas pesquisas para a eleição presidencial, com mais de 30% das preferências.
Keiko também afirmou que deseja ser presidente do Peru apenas uma vez, buscando se distanciar da imagem de seu pai, que se reelegeu duas vezes.