Folha de S. Paulo


Obama pedirá US$ 450 milhões ao Congresso para paz na Colômbia

O presidente dos EUA, Barack Obama, recebeu nesta quinta (4), em Washington, o presidente da Colômbia, Juan Manuel dos Santos.

Durante o encontro, os líderes discutiram o progresso nas negociações de paz com a guerrilha das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).

Após a reunião, Obama anunciou que pedirá ao Congresso uma verba de US$ 450 milhões para a Colômbia, a ser destinada a reforçar a segurança no país, reintegrar ex-combatentes na sociedade e garantir o cumprimento da lei em áreas que eram antes controladas pelas Farc e foram recuperadas pelo governo colombiano.

Segundo a imprensa colombiana, um dos pedidos de Santos a Obama foi para que o governo norte-americano retire as Farc de sua lista de grupos terroristas assim que o acordo de paz for assinado, provavelmente em março.

Xinhua/SIG/Colprensa
, febrero 4, 2016 (Xinhua) -- El presidente estadounidense, Barack Obama (d), conversa con su homólogo colombiano, Juan Manuel Santos (i), durante su reunión en el Salón Oval de la Casa Blanca, en Washington D.C., capital de Estados Unidos de América, el 4 de febrero de 2016. El presidente colombiano, Juan Manuel Santos, se encuentra en Estados Unidos de América en una visita oficial, donde por invitación de su homólogo estadounidense, Barack Obama, conmemorará los 15 años del Plan Colombia (plan antidrogas), informó el gobierno colombiano. (Xinhua/SIG/Colprensa) (cl) (fnc) (sp) ***CREDITO OBLIGATORIO*** ***NO ARCHIVO-NO VENTAS*** ***SOLO USO EDITORIAL*** ***PROHIBIDO SU USO EN COLOMBIA***
Obama e Juan Manuel Santos conversam no Salão Oval da Casa Branca

A visita de Santos marca os 15 anos do Plano Colômbia, que contou com cerca de US$ 10 bilhões dos EUA com o objetivo de lutar contra a produção de drogas em território colombiano.

Após exaltar o "amor" dos EUA pela cultura colombiana, citando artistas como a cantora Shakira e o escritor Gabriel García Márquez, o presidente americano chamou a nova fase da parceria de "Paz Colômbia".

"Assim como os Estados Unidos foram parceiros da Colômbia em tempos de guerra, eu indiquei ao presidente Santos que seremos parceiros também na busca da paz", disse Obama. Ele acrescentou que os EUA apoiarão a Colômbia na remoção de todas as minas terrestres do país em até cinco anos.

CEREJA DO BOLO

O presidente colombiano, que em um debate nesta semana em Washington reiterou que a negociação com as Farc é "irreversível", disse que a paz com a guerrilha é "a cereja do bolo do Plano Colômbia".

Há 15 anos, afirmou, o país estava à beira de ser um "Estado falido", com a pior recessão em 70 anos e dois terços do território controlados pela guerrilha e por paramilitares, ambos financiados pelo narcotráfico.

"Hoje temos o oposto", disse Santos. "Deixamos a pior recessão de nossa história recente para nos tornarmos líderes em crescimento econômico na América Latina".

Críticos do acordo de paz apontam para a possibilidade de que membros das Farc que cometeram abusos fiquem impunes e que muitos voltem ao crime.

"Se fizerem isso, eles perderão todos os benefícios [do plano]", disse Santos em entrevista a emissora pública PBS.

Segundo o presidente, seu governo pôde negociar com as Farc em uma posição de força graças ao Plano Colômbia, pelo qual o país reduziu o número de famílias dedicadas ao cultivo de coca "em mais de 60%".

Obama e Santos também conversaram sobre formas de cooperação entre os dois países para enfrentar o surto do vírus zika.

Mais de 2000 grávidas foram infectadas na Colômbia. Nos EUA, a Flórida declarou emergência em parte do Estado após mais de dez casos serem diagnosticados.


Endereço da página: