Folha de S. Paulo


Aumento na conta de luz na Argentina poderá chegar a 500%

Os números do corte no subsídio de energia na Argentina são maiores do que os previstos pelos economistas com base no decreto publicado pelo governo nesta semana.

Com a retirada do auxílio financeiro, o aumento na luz poderá chegar a 500% –antes as projeções indicavam até 350%.

A conta de um usuário que pagava 25 pesos (cerca de R$ 7,2) deverá passar para 150 pesos (quase R$ 45), exemplificou na tarde desta sexta-feira (29) o ministro de Energia, Juan José Aranguren.

Fabrice Coffrini/AFP
O presidente da Argentina, Mauricio Macri, chega à entrevista coletiva no Fórum Econômico Mundial
O presidente da Argentina, Mauricio Macri, chega à entrevista coletiva no Fórum Econômico Mundial

Segundo a pasta, cerca de 85% dos moradores da região sul da Grande Buenos Aires pagam ao redor de 25 pesos por mês.

Os valores finais dependerão da demanda de cada um. A faixa de preços e de consumo só serão divulgadas na segunda-feira (1º).

Haverá também uma tarifa social para pessoas de baixa renda. Dos 4,6 milhões de consumidores da capital e de seus arredores, 900 mil serão beneficiados, segundo o governo.

REAÇÃO POPULAR

O auxiliar administrativo Lucas Castro, 30, afirma estar de acordo com a retirada dos auxílios financeiros, mas não com a forma em que isso está sendo feito.

"Deveriam tirar o subsídio mais devagar. Os mais afetados serão a classe média e os pobres, ainda não se sabe se todos eles terão acesso à tarifa mais barata."

Para Carlos Barrionuevo, 69, a iniciativa diminuirá a desigualdade, já que os subsídios eram maiores em Buenos Aires —o corte está sendo feito na capital e nas cidades próximas.

"É uma questão de justiça", disse o aposentado, que paga cerca de 50 pesos (R$ 14) por mês de luz.

O governo do presidente Mauricio Macri pretende poupar US$ 4 bilhões (R$ 16 bilhões) neste ano com a medida. Especialistas projetavam que a economia seria menor. A consultoria Abeceb estimava US$ 2,5 bilhões e a Fundação de Investigações Latino-americana, US$ 2 bilhões.

Em 2015, o governo gastou US$ 10 bilhões em subsídios de luz.


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