Folha de S. Paulo


Celac aprova envio de ministros ao Haiti para avaliar impasse eleitoral

Roberto Stuckert/Presidência da República/Xinhua
Image provided by Brazil's Presidency shows the opening session of the fourth Summit of the Community of Latin American and Caribbean States (CELAC), in Quito, capital of Ecuador, Jan 27, 2016.
Sessão da 4ª Cúpula da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), em Quito

A Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) aprovou, no fim da noite desta quarta (27), o envio de chanceleres de quatro países-membros ao Haiti para avaliar o possível envio de uma missão de observadores para ajudar no impasse eleitoral.

Participarão dessa primeira missão os chanceleres do Equador, da Venezuela, do Uruguai e das Bahamas.

Na tarde de quarta, durante a cúpula de chefes de Estado e de governo do bloco em Mitad del Mundo, nos arredores de Quito, o chanceler haitiano, Lener Renauld, pediu à Celac que enviasse uma missão ao país para apoiar os esforços do governo em fazer avançar o processo eleitoral.

O segundo turno das eleições, marcado para o último fim de semana, foi adiado após a eclosão de violentos protestos e a ameaça do candidato da oposição de boicotar o pleito. Ainda não há nova data para o segundo turno, mas o presidente Michel Martelly insiste que deixará o cargo em 7 de fevereiro, quando termina seu mandato.

O candidato de oposição à Presidência haitiana, Jude Célestin, alega ter havido fraude no primeiro turno, realizado em outubro, em favor do candidato do governo, o empresário Jovenel Moise.

"Presidentes da Celac acolheram o pedido do governo do Haiti e designaram uma missão de chanceleres para conhecer a situação eleitoral neste país", disse o chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, em sua conta no Twitter na noite de quarta.

Tuíte

OEA

O pedido do governo haitiano à Celac foi primeiramente questionado pelo presidente equatoriano, Rafael Correa, anfitrião do encontro, já que o Haiti havia feito à OEA (Organização dos Estados Americanos) pedido semelhante na quarta.

Horas antes, Correa havia defendido, em discurso, que a OEA fosse substituída pela Celac como bloco prioritário para a discussão de assuntos da região.

Em uma demorada discussão, os governos de Argentina e México levantaram ressalvas sobre a proposta de Correa de que os chanceleres deveriam se reportar ao chamado quarteto da Celac –países que ocuparam a presidência pró-tempore nos últimos anos– e que o quarteto decidiria sobre o envio da missão.

Após o debate, ficou definido que a decisão final do envio da missão será tomadas por todos os 33 países-membros do bloco.


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