Folha de S. Paulo


Suécia pretende expulsar até 80 mil estrangeiros com asilo negado

A Suécia pretende expulsar nos próximos anos entre 60 mil e 80 mil estrangeiros que tiveram seus pedidos de asilo negados pelas autoridades, declarou nesta quinta-feira (28) o ministro do Interior, Anders Ygeman.

Em entrevista ao jornal "Dagens Industri", Ygeman afirmou que a taxa de rejeição de pedidos de asilo gira atualmente em torno de 45%, e que os imigrantes em situação ilegal devem sair do país voluntariamente, ou serão deportados.

Com 163 mil pedidos de asilo registrados, a Suécia foi o terceiro principal destino de migrantes e refugiados na Europa em 2015, ficando apenas atrás da Alemanha e da Hungria.

De acordo com o "Dagens Industri", o governo estima que muitos estrangeiros que tiveram seus pedidos negados tentarão permanecer no país em situação de ilegalidade, e por isso a polícia vem aumentando seus esforços para encontrá-los e deportá-los.

"Temos um grande desafio à nossa frente. Para isso, precisaremos de mais recursos e de uma maior cooperação entre as autoridades", disse Ygeman na entrevista.

O premiê Stefan Lofven prometeu nesta semana mais recursos para a polícia devido aos trabalhos para gerir a crise de refugiados.

Assim como outros países da região, a Suécia reverteu nas últimas semanas sua política de portas abertas aos refugiados, adotando medidas como controle de fluxo na fronteira e checagem de documento em viagens internacionais em ônibus, trens e balsas.

A Europa recebeu em 2015 um número sem precedentes de migrantes e refugiados, que fogem de conflitos e pobreza em outras partes do mundo.

O Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados) estima que 1 milhão de pessoas tenham cruzado o Mediterrâneo em busca de asilo no ano passado, e que mais de 3.500 tenham morrido afogadas na travessia.

Um naufrágio no mar Egeu nesta quinta-feira deixou ao menos 12 refugiados mortos, sendo oito crianças, informou a guarda costeira da Grécia.

ALEMANHA

Na quarta-feira (27), o governo alemão aprovou um projeto de lei que autoriza a expulsão de criminosos estrangeiros condenados à prisão, decidido depois dos ataques atribuídos a imigrantes contra mulheres na festa de Réveillon em Colônia.

"O projeto de lei prevê que estrangeiros criminosos poderão ser expulsos quando forem condenados a uma pena de prisão", indicou o governo após uma reunião do conselho de ministros.

Os delitos e crimes abrangidos pela lei são os atos de violência contra uma pessoa, as agressões sexuais e os ataques contra a polícia. Também poderão ser punidos os ladrões reincidentes. Além disso, uma pessoa condenada pode perder o estatuto de refugiado.

Na noite de 31 de dezembro em Colônia, centenas de ataques a mulheres foram reportados, e testemunhas identificaram agressores como sendo de origem estrangeira, na maioria árabes.

A polícia de Colônia, que a princípio minimizou o caso, registrou mais de 1.000 queixas, das quais muitas por agressões sexuais.

Os acontecimentos chocaram os alemães e deram força aos críticos da política de imigração da chanceler Angela Merkel.

Crise de refugiados


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