Folha de S. Paulo


'Peço que reze por mim', diz líder do Irã ao papa Francisco no Vaticano

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Em visita ao Vaticano, o presidente do Irã, Hasan Rowhani, manteve um encontro privado de 40 minutos com o papa Francisco, a quem disse: "Peço que reze por mim". O líder da república islâmica também afirmou que o encontro "foi um prazer".

O papa agradeceu Rowhani pela visita e disse que "espera o alcance da paz". Após a reunião, o Vaticano disse que Teerã deve ser um importante parceiro no combate ao terrorismo.

No encontro, Rowhani presenteou o papa com um tapete em tons vermelhos feito à mão na cidade sagrada de Qom. O pontífice pareceu curioso enquanto o líder iraniano folheava um livro ilustrado com trabalhos artísticos iranianos, outro presente que recebeu.

O presente do papa teve um toque espiritual. O papa entregou a Rowhani uma medalha retratando São Martim dado seu manto a um homem tremendo de frio, dizendo que o gesto representava um sinal de fraternidade.

A reunião com o papa faz parte da agenda da visita de Rowhani à Itália e à França, na primeira ida de um presidente iraniano à Europa em quase duas décadas.

Com a viagem, o presidente busca melhorar a posição de Teerã no cenário internacional e conquistar espaço nas negociações de paz para conflitos no Oriente Médio.

A ida de Rowhani à Europa ocorre pouco mais de uma semana depois de o Irã anunciar que cumpriu as metas previstas em um acordo histórico, assinado juntamente com as potências mundiais em julho, para limitar o programa nuclear da república islâmica.

A implementação do acordo nuclear abriu caminho para EUA e União Europeia levantarem uma série de sanções que vinham sufocando a economia iraniana.

À procura de interessados em investir no país com o fim das sanções, Rowhani lidera uma delegação de 120 pessoas, que inclui empresários iranianos e o ministro de petróleo e gás —o país persa é um dos maiores produtores de petróleo do mundo.

Originalmente previsto para novembro, o "tour" do presidente do Irã foi adiado em razão dos atentados de 13 de novembro em Paris, que deixaram pelo menos 130 mortos.

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