Folha de S. Paulo


Estado Islâmico planeja nova onda de atentados na Europa, diz Europol

A facção terrorista Estado Islâmico (EI) planeja uma nova série de atentados de grande escala na Europa, alertou o diretor da Europol, Rob Wainwright.

Segundo o órgão, que inaugurou nesta segunda (25) um novo centro antiterror, a França atualmente é o principal alvo dos extremistas. Em novembro, uma série de ataques na região de Paris deixou 130 mortos.

Bart Maat/AFP
Diretor da Europol, Rob Wainwright (à esquerda), durante coletiva de imprensa em Amsterdã
Diretor da Europol, Rob Wainwright (à esquerda), durante coletiva de imprensa em Amsterdã

O novo centro antiterrorismo, cuja base será em Haia (Holanda), contará a princípio com 40 analistas e se ocupará, principalmente, de rastrear os "5.000 cidadãos europeus que se radicalizaram no conflito na Síria e no Iraque e que retornaram" ao continente, disse Wainwright.

O centro também reforçará a troca de informações entre diversos órgãos de inteligência do continente.

De acordo com relatório da Europol, o EI "tem disposição e capacidade" para concretizar novos atentados na Europa. "Os membros do EI têm liberdade tática para adaptar seus planos a circunstâncias locais, o que dificulta ainda mais sua detecção pelas autoridades (...) Os ataques serão dirigidos a alvos fáceis, para mortes em massa."

A Europol disse não haver evidências de que terroristas tenham se infiltrado no fluxo sem precedentes de refugiados que chegaram à Europa em 2015. "Um perigo real e iminente, no entanto, é a possibilidade de refugiados sírios sunitas ficarem vulneráveis à radicalização após terem chegado à Europa, tornando-se alvo de recrutadores do EI."

Segundo a Europol, a maioria das células terroristas que hoje planejam atentados na Europa já está no continente. "Seus membros podem ter treinado na Síria, como foi o caso dos envolvidos nos atentados de Paris, mas não é um imperativo."

Ainda de acordo com o órgão, cerca de 20% dos estrangeiros que atuam no EI —a maioria jovens— foram diagnosticados com algum problema mental antes de se filiarem à facção terrorista. Oitenta por cento dos recrutas também já teriam ficha criminal.

FRANÇA

Em viagem à Índia, o presidente François Hollande disse que pretende recrudescer ainda mais as ações da França contra o EI. "Não nos deixaremos impressionar", disse, sobre o vídeo divulgado pela facção no domingo, em que os autores da série de atentados de 13 de novembro aparecem assassinando reféns na Síria.

"Essas provocações aumentam nossa resolução, minha resolução, de proteger os franceses e atingir esta organização, que nos ameaça e mata nossos filhos."


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