O economista português Nuno Rebelo de Sousa, filho do líder nas pesquisas para a eleição presidencial de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, afirma que seu pai poderá ajudar a melhorar as relações políticas e econômicas do país europeu com o Brasil.
Nuno, 42, que mora no Brasil desde 2010 e é diretor de Relações Institucionais da EDP Brasil, atribui a chance de melhora à relação forte que Rebelo de Sousa e o premiê António Costa têm com a ex-colônia. Ele votou no pleito presidencial neste sábado (23), no Consulado de Portugal em São Paulo.
| Danilo Verpa/Folhapress | ||
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| Nuno, filho de Marcelo Rebelo de Sousa, vota em São Paulo; seu pai é favorito para presidir Portugal |
Em entrevista à Folha, Nuno diz que, mesmo sendo de partidos diferentes, Costa e Rebelo de Sousa têm boa comunicação, o que permitirá um governo estável.
Veja abaixo alguns trechos da entrevista:
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Folha - Qual a expectativa de seu pai em relação a ser eleito em Portugal?
Nuno Rebelo de Sousa - O meu pai é uma pessoa que vem se preparando há muitos anos para este momento. Ao longo desses 15 anos ele construiu uma popularidade muito grande e sempre de uma forma independente de qualquer partido. Acho que isso vai garantir com que ele seja eleito em primeiro turno, de forma inédita.
Como seu pai encara essa possibilidade de ser presidente de centro-direita, mas tendo que lidar com um governo de esquerda?
Por um lado isso ajuda muito na eleição, porque acaba criando um contrabalanço. Apesar de ele reunir muitos partidos de direita, muitos eleitores de esquerda vão votar no meu pai por gostar dele como pessoa. Apesar de ser de direita, é uma pessoa que sempre vai se guiar pelo bom senso, pelo que é melhor para Portugal. Ele também tem uma boa comunicação com o António Costa, que pode viabilizar uma boa solução para o país.
ELEIÇÕES EM PORTUGAL - País vota para presidente neste domingo, 24
Como o senhor vê a relação de seu pai com o Brasil?
Meu avô [o ministro português Baltazar Rebelo de Sousa] veio ao Brasil em 1974 e morou no Brasil por 18 anos. Já nessa época meu pai vinha muito ao Brasil e acompanhou a mudança para a democracia.
Quando esteve no governo, acompanhou muito a política brasileira e conheceu todos os presidentes desde José Sarney até Fernando Henrique Cardoso. Ele tem uma ligação especial e entende o Brasil.
Nosso primeiro-ministro também tem uma relação muito forte com o Brasil. Com os dois, será possível implementar uma política externa muito mais voltada para o Brasil para contrapor o governo anterior, em que a relação foi zero.
Acho que isso agora não vai acontecer, acho que estão reunidas as condições para que haja uma relação política e econômica fraterna entre os dois países, que obviamente possa se reverter em resultados econômicos e financeiros.
O senhor acredita que seu pai e o atual governo poderão ajudar a que seja aprovada a cidadania de origem para netos de portugueses?
Acho que essa proposta vai avançar sem dúvida, até porque é de interesse de Portugal. Devido à crise econômica, muitos jovens emigraram. Tendo brasileiros pedindo a cidadania e indo morar em Portugal nos interessa muito.