Folha de S. Paulo


Naufrágios no Egeu matam mais de 40; mortes em janeiro batem recorde

No mesmo dia em que o premiê francês, Manuel Valls, disse que o fluxo de refugiados ameaça a União Europeia, ao menos 42 pessoas morreram, entre elas 17 crianças, em dois naufrágios no mar Egeu. Os barcos levavam migrantes que tentavam chegar à Europa a partir da Turquia.

"Nós não podemos dizer ou aceitar que todos esses refugiados (...) sejam bem-vindos na Europa", declarou Valls no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. "Caso contrário, nossas sociedades serão completamente desestabilizadas (...) Se a Europa for incapaz de proteger suas próprias fronteiras, é a própria ideia de Europa que será questionada."

Giorgos Moutafis/Reuters
Migrante iraquiana recebe ajuda ao chegar à ilha grega de Lesbos
Migrante recebe ajuda ao chegar à ilha grega de Lesbos; premiê francês diz que fluxo ameça Europa

Os naufrágios desta sexta (22) ocorreram perto das ilhas gregas de Kalolimnos e Farmakonisi, que ficam a cerca de dez quilômetros da costa turca.

Do acidente perto de Kalolimnos, 26 pessoas foram resgatadas. Corpos de 34 migrantes que morreram afogados também foram recuperados.

Já em Farmakonisi, seis crianças e duas mulheres morreram após a embarcação em que elas estavam se chocar contra rochas, pouco depois da meia noite (horário local). Cerca de 40 pessoas que também estavam no barco conseguiram nadar até a praia e sobreviveram.

Não está claro qual era o total de pessoas que as duas embarcações levavam. As buscas por sobreviventes continuam.

Naufrágios no mar Egeu

A Organização Internacional para Migração disse que nunca foram registradas tantas mortes em janeiro no mar Mediterrâneo quanto neste mês.

Segundo os cálculos da organização, cerca de 37 mil pessoas chegaram à Europa pelo Mediterrâneo somente em 2016 —destas, ao menos 113 morreram ou estão desaparecidas. Com a chegada do inverno no hemisfério norte e, consequentemente, do mau tempo, as autoridades esperavam que o fluxo de migrantes diminuísse, o que não ocorreu.

Mais de um milhão de pessoas chegaram à Europa em 2015, na maior onda migratória testemunhada pelo continente desde a Segunda Guerra Mundial.

IOM tuíte


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