Folha de S. Paulo


Ataque a tiros em universidade no Paquistão deixa ao menos 20 mortos

Um atentado a tiros reivindicado por um líder do grupo radical islâmico Taleban contra uma universidade no Paquistão deixou ao menos 20 mortos, incluindo estudantes e professores, além de vários feridos.

Por volta das 9h30 locais (2h30 em Brasília), pouco após o início das aulas desta quarta-feira (20), quatro atiradores abriram fogo contra salas de aula e dormitórios na Universidade Bacha Khan, na cidade de Charsadda, no nordeste do país.

De acordo com as autoridades, o ataque terminou depois de o Exército trocar fogo com os extremistas e matar todos eles. Explosões e tiros foram ouvidos no local.

"Eles [os atiradores] vieram por trás, houve um grande alvoroço", disse um estudante que ficou ferido no ataque, já no hospital, a uma emissora local. "Fomos orientados pelos professores a sair dali imediatamente. Algumas pessoas se esconderam nos banheiros."

Após o ataque, o primeiro-ministro do Paquistão, Nawaz Sharif, prometeu destruir a "ameaça do terrorismo" no nordeste do país, que tem partes controladas pelos insurgentes.

"Nós estamos determinados e decididos em nosso compromisso de varrer a ameaça do terrorismo da nossa terra", declarou o premiê, em comunicado.

O campus se preparava para receber na tarde desta quarta-feira um recital de poesia para comemorar o aniversário da morte de Khan Abdul Ghaffar Khan, que dá nome à universidade e é fundador de um partido político liberal contrário ao Taleban.

Ataque em universidade no Paquistão

TALEBAN

Diferentes membros do Taleban dão versões contraditórias sobre a autoria do ataque contra a universidade.

Falando por telefone com repórteres da Associated Press, um líder local do Taleban, califa Uma Mansur, reivindicou a autoria do atentado. Ele foi o arquiteto do massacre, ocorrido em dezembro de 2014, que matou 150 pessoas, sendo a maioria crianças, em uma escola militar em Peshawar, localizada a cerca de 35 quilômetos de Charsadda.

Principais atentados no mundo em 2016

Mansur disse ter ordenado quatro atiradores a atacar a universidade como forma de se vingar da ofensiva das forças de segurança paquistanesas contra os insurgentes nos últimos meses.

Entretanto, o porta-voz oficial do Taleban paquistanês, Muhammad Khorasani, negou vínculo do grupo com a ação, considerada "anti-islâmica", e disse "condenar fortemente" o atentado.

Declarações contraditórias do Taleban não são incomuns, uma vez que o grupo é fracionado em várias facções e atua em regiões distintas.


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