Folha de S. Paulo


Estado Islâmico mata mais de cem e sequestra 400 na Síria, diz ONG

O grupo radical Estado Islâmico matou mais de cem pessoas e sequestrou ao menos 400 civis em combates na cidade de Deir Ezzor, no leste da Síria, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

"Entre os sequestrados, todos eles sunitas, há mulheres, crianças, famílias e combatentes pró-regime", disse o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman.

Neste sábado (16), o Estado Islâmico lançou uma grande ofensiva em vários setores de Deir Ezzor. Os militantes do grupo mataram 85 civis e 50 combatentes favoráveis ao regime do ditador Bashar al-Assad, a maioria executados, segundo a mesma ONG. Fontes do regime sírio elevam o número de vítimas dos combates para 280.

Os enfrentamentos continuaram neste domingo (17) no noroeste da cidade. Segundo a organização, o grupo radical conquistou cerca de 60% da cidade —o aeroporto militar próximo continua sob o controle das tropas do regime.

Após os combates, os militantes do EI sequestraram cerca de 400 civis em Al Bughayliyah, a periferia a noroeste de Deir Ezzor, e nos arredores. Eles foram levados a regiões sob poder do EI na província de mesmo nome e na vizinha Raqa.

Al Bughayliyah é palco de violentos enfrentamentos entre os combatentes do EI e os soldados do governo sírio e milícias leais a ele, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos. O regime sírio está levando reforços militares, munição e armamento a esta região para recuperá-la.

Rahman disse temer que o EI execute os homens e converta as mulheres em escravas sexuais, como já fez no passado.

O EI proclamou no final de junho de 2014 um califado em áreas conquistadas na Síria e no Iraque. No mês seguinte, avançou pela província de Deir Ezzor, fronteiriça com o território iraquiano, e conseguiu domínio quase total da região.

Desde o início do conflito, em 2011, 260 mil pessoas morreram na Síria e milhares foram deslocadas ou exiladas.

Após várias tentativas frustradas de resolver o conflito, a ONU tentará novamente reunir o regime e a oposição no dia 25 de janeiro, na Suíça, para negociar um cessar-fogo e uma transição pacífica.


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