A Coreia do Norte disse neste sábado (16) que a conclusão de um tratado de paz com os Estados Unidos e o fim dos exercícios militares americanos em conjunto com a Coreia do Sul são pré-requisitos para encerrar seu programa de testes nucleares.
Isolado e empobrecido, o país busca há muito tempo um tratado de paz com os EUA, que têm cerca de 28,5 mil soldados posicionados na Coreia do Sul.
Reuters-01º.jan.2016/Kyodo | ||
Ditador Kim Jong un em discurso de Ano Novo, em Pyongyang |
"Ainda são válidas todas as propostas para preservar a paz e a estabilidade na península e no nordeste da Ásia, incluindo aquelas para cessar nossos testes nucleares e a conclusão de um tratado de paz em troca de os EUA pararem os exercícios militares conjuntos", disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do país, citado pela agência de notícias oficial da Coreia do Norte, a KCNA.
A Coreia do Norte disse em 6 de janeiro que testou uma bomba de hidrogênio, o que gerou condenação de seus vizinhos e dos Estados Unidos.
Especialistas expressaram dúvidas de que o quarto teste nuclear norte-coreano tenha sido de fato com uma bomba de hidrogênio, já que a explosão teve praticamente a mesma intensidade do teste feito em 2013, com uma bomba atômica menos potente.
O regime de Pyongyang está sob sanções da ONU por conta de seus programas nucleares e de mísseis.
O vice-secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse que Pyongyang precisa demonstrar por suas ações que leva a sério o pedido internacional de que interrompa seu programa nuclear antes de qualquer diálogo.
"Nós temos, infelizmente, uma década na qual a Coreia do Norte ignorou totalmente suas obrigações com a comunidade internacional quanto a seus programas nuclear e de mísseis", disse Blinken em uma entrevista coletiva em Tóquio, no Japão.
"É difícil levar quaisquer de seus pedidos a sério, particularmente diante de seu quarto teste nuclear", disse o americano, após encontro com autoridades do Japão e da Coreia do Sul para debater a ameaça norte-coreana.
Os representantes das Chancelarias dos três países concordaram com o endurecimento das sanções americanas à Coreia do Norte e pressionam a China, grande aliada de Pyongyang, a agir.
As duas Coreias permanecem em estado técnico de guerra uma vez que o conflito de 1950 a 1953 terminou com uma trégua, e não um tratado de paz.