Folha de S. Paulo


Morre Ashraf Pahlevi, a polêmica irmã gêmea do último xá do Irã

Ashraf Pahlevi, a polêmica irmã gêmea do xá do Irã, Mohamad Reza Pahlevi (1919-1980), morreu no último dia 7 de janeiro no exílio, aos 96 anos de idade.

A morte da princesa foi anunciada por seu sobrinho Reza Pahlevi em sua página no Facebook como por seu conselheiro Robert Armao, apesar de um ter dito que faleceu em Nova York e outro em um país europeu que não quis revelar para preservar a segurança de sua família.

Pahlevi, foi uma das figuras mais simbólicas e importantes do reinado de seu irmão, de quem foi uma estreita colaboradora, e como tal uma das personalidades mais odiadas ou adoradas pelos iranianos após a Revolução Islâmica, que em 1979 derrubou a monarquia no país asiático.

No Irã, a morte de Ashraf foi comunicada por vários meios oficiais, que destacaram seu notória participação no regime de seu irmão, seus excessos e sua corrupção, assim como outras acusações como vinculação ao tráfico de drogas e o desvio de recursos públicos, que sua família tirou ilegalmente do país antes da Revolução.

No exterior se ressaltou, no entanto, seu papel na luta pelos direitos das mulheres iranianas, evidenciado por sua recusa em aparecer em público com o tradicional véu islâmico e como um diplomata de primeiro nível, que ocupou cargos de alta categoria durante o reinado de seu irmão.

O livro do jornalista americano do "New York Times", Stephen Kinzer, "Todos os homens do Xá", que narra o golpe de estado orquestrado pela CIA em 1953 contra o primeiro-ministro iraniano Mohammed Mosadegh, eleito democraticamente, ressalta o papel determinante de Ashraf em promover a derrocada do político e de sua estreita colaboração com os Estados Unidos e o Reino Unido para instaurar uma monarquia autoritária no país.

Tanto antes como depois da Revolução, Ashraf Pahlevi viveu uma vida opulenta entre Teerã, Paris, Nova York e a Rivera Francesa, como parte integral da "jetset" do momento, e sua imagem foi imortalizada por artistas como Andy Warhol.

Ashraf se casou três vezes e teve dois filhos, um deles assassinado em Paris pouco depois da Revolução Islâmica e uma filha, que morreu de câncer em 2011.


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