Folha de S. Paulo


Corte eleitoral venezuelana nega ter recebido pedido para impugnar eleitos

O Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela negou na noite desta terça (22) ter recebido um pedido do governo para impugnar a eleição de 22 deputados opositores eleitos no pleito parlamentar do dia 6 de dezembro.

Em seu site, o TSJ informa que "a Sala Eleitoral não recibeu nenhuma ação judicial nesta semana com o objetivo de impugnar os resultados das eleições (...) O presente esclarecimento responde a declarações oferecidas por porta-vozes políticos e a falsas informações que, de forma irresponsável, alguns cidadãos fizeram circular em redes sociais que em nada contribuem para o clima de paz e tranquilidade que reina no país".

No início da noite desta terça, surgiram informações de que a aliança opositora venezuelana MUD (Mesa da Unidade Democrática), que conquistou vitória esmagadora no pleito parlamentar de 6 de dezembro, denunciara uma suposta manobra do governo do presidente Nicolás Maduro para impugnar 22 deputados antichavistas recém-eleitos.

A manobra foi chamada pela MUD de "golpe de Estado judicial".

Se fosse confirmada, a ação implicaria uma reviravolta potencialmente explosiva, pois privaria a MUD da maioria qualificada de dois terços que lhe garante amplos poderes para legislar e fiscalizar o Executivo e o Judiciário.

A MUD conquistou 112 das 167 cadeiras do Parlamento unicameral do país.

Manaure Quintero/Efe
CAR102- CARACAS (VENEZUELA), 22/12/2015.- El secretario general de la alianza opositora venezolana Mesa de la Unidad Democrática (MUD), Jesús Torrealba (c), habla junto al diputado electo Henry Ramos Allup (i) y el gobernador del estado Miranda, Henrique Capriles (d), y otros miembros de la MUD, en una conferencia de prensa hoy, martes 22 de diciembre de 2015, en Caracas. La MUD denunció hoy que está en marcha un supuesto
Jesús Torrealba, secretário-geral de MUD, durante entrevista com jornalistas

Segundo a MUD, o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, chavista) havia entrado com pedido de impugnação junto ao Tribunal Supremo de Justiça.

O governo chavista, que no dia 6 sofreu na eleição parlamentar sua mais humilhante derrota em quase 17 anos de poder, vem manobrando para esvaziar prerrogativas da legislatura que assume no dia 5 de janeiro.

As medidas incluem a criação de um Parlamento Comunal e a substituição a toque de caixa de 13 dos 32 magistrados do TSJ para reforçar o controle chavista sobre o Poder Judiciário.


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