Folha de S. Paulo


Chegadas de refugiados e imigrantes à UE ultrapassam 1 mi em 2015, diz OIM

O número de refugiados e imigrantes que chegaram por terra e mar a seis países da União Europeia (UE) ultrapassou a marca de 1 milhão em 2015, informou nesta terça-feira (22) a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

O total equivale a 365% de crescimento em relação ao mesmo período do ano passado –ou seja, o número de pessoas que entraram na Europa como refugiados ou imigrantes é quatro vezes e meia o total registrado em 2014.

Os registros consideram os ingressos via Grécia, Bulgária, Itália, Espanha, Malta e Chipre.

Do total de 1.005.504 pessoas que chegaram até 21 de dezembro, 821.008, ou 82%, desembarcou na Grécia por mar e terra. Com isso, o país consolida-se como principal ponto de entrada à Europa, posto antes ocupado pela Itália.

O porta-voz da OIM, Joel Millman, ressalta que o total de pessoas que entraram no continente europeu neste ano pode ser ainda maior, uma vez que alguns dos países citados têm dificuldades para registrar todas as chegadas.

A mudança para leste da rota de imigração tem a ver com a guerra civil na Síria, segundo a OIM. De todas as pessoas que chegaram à Europa, quase a metade delas, 455 mil, veio do país árabe conflagrado.

Refugiados e imigrantes

O segundo maior contingente veio do Afeganistão, com 186 mil, seguido por Iraque e Eritreia. A organização contabiliza 3.692 pessoas que morreram tentando chegar ao continente europeu por mar.

A maior parte dos imigrantes deseja chegar a países mais prósperos da Europa, como Reino Unido e a Alemanha. A maior economia europeia já havia superado a marca de 1 milhão de migrantes e refugiados em 2015, mas boa parte das chegadas dizem respeito a outros europeus, vindos principalmente dos Bálcãs.

Em nota, o chefe da OIM, William Lacy Swing, pediu ação das autoridades para receber um número maior de migrantes e refugiados, especialmente considerando o número de mortes durante a travessia.

"Nós sabemos que a imigração é inevitável, necessária e desejável. Nós precisamos agir. A imigração deve ser legal, segura e garantida para todos, tanto para os imigrantes quanto para os países que serão suas novas casas."

Apesar de o Alto Comissário da ONU para Refugiados (Acnur) estimar que o número de refugiados deverá ser similar em 2016, a OIM afirma que não é possível prever como ficará a situação no ano que vem.

Para ambas as organizações, isso dependerá do avanço na guerra na Síria. Na semana passada, o Acnur informou que o número de refugiados e deslocados internos ultrapassou os 60 milhões em todo o mundo neste ano.

"Não entendo por que as pessoas insistem em dizer que se trata de um problema europeu. Trata-se de um problema global", disse o diretor da Acnur em Genebra Michael Moller.

NAUFRÁGIO

Segundo a mídia da Turquia, 11 refugiados, incluindo três crianças, morreram nesta terça (22) quando o barco em que tentavam cruzar o mar Egeu naufragou.


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