Folha de S. Paulo


Governo venezuelano nega associação de chefe militar com tráfico de drogas

Carlos Garcia Rawlins - 11.jan.2010/Reuters
O ex-diretor do Escritório Nacional Antidrogas e hoje chefe da Guarda Nacional, Néstor Reverol, em 2010
O ex-diretor do Escritório Nacional Antidrogas e hoje chefe da Guarda Nacional, Néstor Reverol, em 2010

O governo da Venezuela negou nesta quarta (16) que o comandante da Guarda Nacional bolivariana, Néstor Reverol, tenha envolvimento com o tráfico de drogas e considerou a denúncia uma campanha de descrédito.

Segundo a agência de notícias Reuters e o jornal "The New York Times", promotores federais americanos pedirão nos próximos dias o indiciamento dele e do militar Edilberto Molina por associação ao envio de drogas aos Estados Unidos.

Para o ministro da Defesa da Venezuela, Vladimir Padrino López, trata-se de uma campanha de descrédito da imprensa internacional contra a Guarda Nacional Bolivariana. "Que se imponha a verdade", disse, em mensagem no Twitter.

Vladimir Padrino

O microblog também foi o local escolhido pela Guarda Nacional para se manifestar sobre a acusação. Além da rejeição à acusação, os administradores do perfil começaram a compartilhar mensagens a favor de Reverol.

GNB

Sem se referir diretamente às denúncias, diversos perfis citaram feitos do comandante à frente da Guarda Nacional e do Escritório Nacional Antidrogas da Venezuela (ONA, na sigla em espanhol).

Dentre eles, estão prisões de traficantes, acordos com outros países em matéria de combate às drogas e apreensões de cocaína. A maioria delas se referia a Néstor Reverol como "soldado da pátria".

Soldado da Pátria

Perfis de unidades regionais prestaram sua lealdade ao comandante. "Apegado às leis, digno e honrado, Néstor Reverol é um homem de honra", afirma o perfil RedObrera com uma foto do líder militar com a Constituição venezuelana.

Red Obrera

Outra citação comum é a da prisão de traficantes "sem a ajuda da DEA", a agência antidrogas dos Estados Unidos, em mais uma crítica ao governo americano. O presidente Nicolás Maduro ainda não comentou sobre a acusação.

DEA

OUTROS ACUSADOS

Reverol não é o primeiro integrante do governo chavista a ser investigado nos EUA de envolvimento com o tráfico de drogas. Um dos primeiros investigados foi o presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello, que nega as acusações.

Em novembro, o FBI, a polícia federal dos EUA, prendeu no Haiti dois sobrinhos da primeira-dama, Cilia Flores, sob a acusação de tentar enviar 800 kg de cocaína a partir de Honduras para os Estados Unidos.

O governo venezuelano considera todas as acusações parte da campanha dos EUA contra seu governo. Os americanos são considerados pelos chavistas de influência na crise econômica e de tentar derrubar Nicolás Maduro.


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