Folha de S. Paulo


Arábia Saudita anuncia coalizão de 34 países islâmicos contra o terrorismo

A Arábia Saudita anunciou nesta terça-feira (15) a formação de uma coalizão militar de combate ao terrorismo formada por 34 países de maioria islâmica.

Segundo a agência de notícias oficial SPA, o grupo será liderado pela Arábia Saudita e terá um centro de comando em Riad, capital do país, para "apoiar as operações militares na luta contra o terrorismo".

Reuters
Saudi Deputy Crown Prince and Defence Minister Mohammed bin Salman speaks during a news conference in Riyadh December 15, 2015. Saudi Arabia on Tuesday announced the formation of a 34-state Islamic military coalition to combat terrorism, according to a joint statement published on state news agency SPA. REUTERS/Saudi Press Agency/Handout via Reuters ATTENTION EDITORS - THIS PICTURE WAS PROVIDED BY A THIRD PARTY. REUTERS IS UNABLE TO INDEPENDENTLY VERIFY THE AUTHENTICITY, CONTENT, LOCATION OR DATE OF THIS IMAGE. THIS PICTURE IS DISTRIBUTED EXACTLY AS RECEIVED BY REUTERS, AS A SERVICE TO CLIENTS. FOR EDITORIAL USE ONLY. NOT FOR SALE FOR MARKETING OR ADVERTISING CAMPAIGNS. FOR EDITORIAL USE ONLY. NO RESALES. NO ARCHIVE. ORG XMIT: GAZ03
O príncipe saudita e ministro Mohammed bin Salman fala em coletiva de imprensa em Riad

De acordo com o comunicado, a iniciativa corresponde ao "dever de proteger a nação islâmica da maldade de todos os grupos terroristas e organizações, quaisquer sejam sua seita e nome, que propagam e corrupção sobre a terra e buscam aterrorizar os inocentes".

A comunidade internacional tem pressionado os países árabes do Golfo para que tenham uma participação mais ativa nos esforços de combate ao terrorismo.

A Arábia Saudita, que já lidera uma coalizão de países árabes contra rebeldes xiitas do Iêmen, também integra a coalizão internacional liderada pelos EUA que realiza ataques aéreos contra a milícia radical Estado Islâmico (EI) no Iraque e na Síria.

Onde fica arábia saudita

O príncipe saudita e ministro da Defesa Mohammed bin Salman disse a jornalistas nesta terça-feira que a coalizão deve "coordenar" suas ações na Síria e no Iraque "com potências e organizações internacionais".

"Não podemos realizar operações com legitimidade nessas áreas sem coordenação com a comunidade internacional", acrescentou o príncipe, sem dar mais detalhes sobre as operações militares.

Questionado se o grupo combateria somente o EI, bin Salman afirmou que será alvo "qualquer organização terrorista que apareça em nossa frente".

Arte: Estado Islâmico

Além da Arábia Saudita, os governos que participam da nova aliança são: Jordânia, Emirados Árabes Unidos, Paquistão, Bahrein, Bangladesh, Benin, Turquia, Chade, Togo, Tunísia, Djibuti, Senegal, Sudão, Serra Leoa, Somália, Gabão, Guiné, Autoridade Palestina, Comores, Qatar, Costa do Marfim, Kuwait, Líbano, Líbia, Maldivas, Mali, Malásia, Egito, Marrocos, Mauritânia, Níger, Nigéria e Iêmen.

Não participa da coalizão o Irã, de maioria xiita e principal adversário na região do regime saudita, da seita sunita do islã. Os dois países rivalizam em questões geopolíticas como a guerra civil na Síria e o conflito armado no Iêmen.

Outros dez países muçulmanos, entre eles a Indonésia, apoiam a nova coalizão e podem aderir ao grupo no futuro, segundo a nota.

AÇÃO TERRESTRE

Em Paris, o ministro saudita das Relações Exteriores, Adel al-Jubeir, disse que seu país e outros Estados do Golfo estão discutindo o envio de forças especiais à Síria para combater os militantes do Estado Islâmico.

"Há, neste momento, discussões entre países que fazem parte da coalizão, como Arábia Saudita, Emirados Árabes, Qatar e Bahrein, sobre mandar forças especiais à Síria", declarou al-Jubeir. O envio dessas tropas terrestres, acrescentou ele, "não está descartado".

Dentro da aliança liderada pelos EUA, a Arábia Saudita tem tido papel limitado nos bombardeios às posições do EI em território sírio. O país se concentra em fornecer armas a grupos rebeldes que tentam derrubar o ditador da Síria, Bashar al-Assad.

"A posição de Assad não é sustentável. Ele não será salvo, e não há chances de que saia vitorioso na guerra", afirmou o chanceler saudita.

REAÇÃO DOS EUA

O porta-voz do Departamento de Estado americano, John Kirby, disse que os EUA ainda precisam "saber um pouco mais" sobre a coalizão anunciada pelos sauditas, mas acrescentou que qualquer esforço na luta contra o Estado Islâmico é bem-vindo.

Kirby afirmou ainda que o anúncio vem ao encontro das medidas defendidas pelos EUA junto a seus aliados no Oriente Médio.


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