Folha de S. Paulo


Gâmbia, no oeste da África, se torna república islâmica

Gâmbia se torna República Islâmica

A Gâmbia, país no oeste da África, tornou-se, neste fim de semana, uma "República Islâmica". O anúncio foi feito pelo presidente da ex-colônia britânica, Yahya Jammeh.

"O destino da Gâmbia está nas mãos de Alá, o todo-poderoso. A partir de hoje a Gâmbia é uma República Islâmica", afirmou Jammeh, garantindo, contudo, que os direitos da minoria cristã residente no país serão respeitados, e que as mulheres não irão sofrer restrições de vestuário.

A Gâmbia, país africano com quase dois milhões de habitantes, 90% dos quais são muçulmanos, junta-se assim ao grupo das repúblicas islâmicas como o Irã, o Paquistão ou o Afeganistão.

Don Emmert/AFP
(FILES) This file photo taken on September 25, 2014 shows Gambian President Al Hadji Yahya Jammeh addressing the 69th session of the United Nations General Assembly at the United Nations in New York. The president of the Gambia has declared his country is now
Yahya Jammeh, presidente da Gâmbia desde 1994, na Assembleia Geral da ONU deste ano

Com esta decisão, o país afasta-se cada vez mais do passado colonial. Em 2013, o presidente retirou a Gâmbia da Commonwealth, justificando que se tratava de uma organização colonialista. Jammeh decidiu também abandonar o inglês como língua oficial do país, embora essa medida não tenha tido efeitos práticos.

A Gâmbia tornou-se independente da Grã-Bretanha em 1965 e tornou-se uma república em 1970 sob a presidência de Dawda Jawara, derrubado em 1994 por um golpe de Estado militar, liderado por Yahya Jammeh.

O presidente da Gâmbia tem 50 anos, fez carreira militar e nasceu numa família de camponeses, cultivando uma imagem de muçulmano dotado de poderes místicos.

Em 2002 fez adotar uma emenda constitucional retirando a limitação de mandatos do presidente. Há 21 anos no poder, o seu regime é frequentemente criticado pelos defensores dos direitos humanos.


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