Folha de S. Paulo


Trump cresce em pesquisa, mas 40% dos americanos temem sua eleição

Realizada em parte antes de o empresário Donald Trump declarar a intenção de barrar a entrada de muçulmanos nos Estados Unidos, pesquisa aponta que o pré-candidato republicano aumentou sua liderança, com 35% das intenções de voto entre o eleitorado de seu partido. A possibilidade de ele ser o futuro presidente, no entanto, motiva preocupação em 24% e medo em 40% do total dos americanos.

Pesquisa do jornal "The New York Times" e da rede CBS News, disponibilizada parcialmente nesta quinta-feira (10), mostra que o discurso conservador está ecoando no país, com a disparada do senador pelo Texas Ted Cruz, membro do movimento de extrema direita Tea Party, com 16%.

Em comparação com pesquisa dos mesmos realizadores de outubro, Cruz tinha 4%. O médico aposentado Ben Carson, que estava em primeiro lugar, com 26% dos votos, ante 22% de Trump, caiu para o terceiro lugar, com 13%.

O senador Marco Rubio (Flórida) aparece em quarto, com 9%. Os demais pré-candidatos têm 4% ou menos.

A pesquisa foi conduzida entre 4 e 8 de dezembro. Trump fez sua declaração sobre muçulmanos no fim do dia 7.

Do lado democrata, a ex-secretária de Estado Hillary Clinton lidera a disputa pela nomeação com 20 pontos de folga do segundo colocado, o senador por Vermont Bernie Sanders. Entre os americanos, em geral, 23% se preocupam e 34% temem a eventual eleição dela.

Segundo o levantamento, a possibilidade de Hillary ser eleita é marginalmente mais palatável que a de Trump, para os eleitores americanos.

Com grande quantidade de aspirantes e polêmicas sucessivas de Trump, o Partido Republicano tem eleitores mais animados (24%) e otimistas (41%) com a disputa, ainda que um terço se diga preocupado ou assustado com o primeiro colocado –64% afirmam não ter certeza de quem escolherão.

Entre os democratas, 54% já decidiram seu candidato –22% estão animados, 54%, otimistas e 23% relataram medo ou preocupação.

Foram entrevistados 1.053 eleitores registrados, em todo o país, entre eles 431 republicanos e 384 democratas. A margem de erro é de 4 pontos percentuais para cima e para baixo entre os eleitores em geral e de 6 pontos percentuais para cima ou para baixo entre os eleitores registrados em primárias de um dos dois partidos.

VISITA A ISRAEL

Nesta quinta-feira, Trump anunciou o cancelamento da viagem que tinha planejado fazer a Israel durante sua campanha.

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Em publicação no Twitter, o pré-candidato disse que ele remarcará a visita para "depois de virar presidente dos EUA".

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, apoiado pelos republicanos, vinha sendo pressionado a cancelar a visita de Trump após os controversos comentários dele contra a imigração de muçulmanos.

Trump disse à emissora Fox News que diversos motivos o levaram a cancelar a viagem, inclusive não querer pôr Netanyahu em uma situação desconfortável.

"De fato, eu fiz um anúncio de campanha para ele, mas eu não quis colocá-lo sob pressão", afirmou o republicano.

Com informações das agências de notícias.


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