Folha de S. Paulo


Trump defende barrar entrada de muçulmanos nos EUA

Em meio a apelos contra a islamofobia nos Estados Unidos, recrudescida após os atentados em Paris e na Califórnia, o pré-candidato republicano à Casa Branca Donald Trump defendeu que o país barre a entrada de muçulmanos até que as autoridades consigam "entender o que está acontecendo".

Em um comunicado, nesta segunda-feira (7), o favorito à nomeação do Partido Republicano afirmou que "nosso país não pode ser a vítima de ataques horrendos por pessoas que só creem em jihad, e não têm senso de razão ou respeito pela vida humana".

"O ódio foge à compreensão", argumentou. "De onde vem esse ódio e por quê, precisamos determinar."

Scott Olson - 19.nov.2015/Getty Images/AFP
O magnata Donald Trump, pré-candidato republicano à Casa Branca, que defendeu barrar muçulmanos
O magnata Donald Trump, pré-candidato republicano à Casa Branca, que defendeu barrar muçulmanos

Menos de 24 horas antes, o presidente Barack Obama havia feito um pronunciamento pedindo que a população americana não diferenciasse os cidadãos com base em sua religião.

"Se queremos ter sucesso no combate ao terrorismo, temos de contar com as comunidades muçulmanas como nossas principais aliadas para erradicar ideias equivocadas que levam à radicalização", afirmou o presidente.

"É de responsabilidade de todos os americanos, de todas as fés, rejeitar a discriminação. É de nossa responsabilidade rejeitar testes religiosos sobre quem admitimos neste país. É de nossa responsabilidade rejeitar linguagem que incentive suspeita e ódio. Porque esse tipo de divisão, que trai nossos valores, joga a favor de grupos como o Estado Islâmico."

Líderes muçulmanos repudiaram a fala de Trump.

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Leia a íntegra da declaração de Donald Trump:

"Donald Trump defende o total e completo impedimento de que muçulmanos entrem nos Estados Unidos até que representantes nacionais possam entender o que está acontecendo.

De acordo com uma pesquisa do [instituto] Pew, entre outras, existe um enorme ódio contra os americanos por parte de grandes segmentos da população muçulmana.

Mais recentemente, uma pesquisa do Center for Security Policy mostrou que '25% dos entrevistados concordaram que a violência contra americanos nos EUA é justificada como parte da jihad global" e 51% concordaram que os muçulmanos nos EUA deveriam ter a opção de serem governados pela Sharia.

A Sharia autoriza atrocidades como assassinato de não crentes que não pretendem se converter, decapitações e outros atos impensáveis que representam grande dano para os americanos, especialmente mulheres.

Sem olhar às várias pesquisas, é óbvio para qualquer um que o ódio escapa à compreensão. De onde esse ódio vem e por que, precisamos determinar.

Até que sejamos capazes de determinar e entender esse problema e o perigo que ele representa, nosso país não pode ser as vítimas de ataques horrendos por pessoas que apenas acreditam na Jihad e não têm senso de razão ou respeito pela vida humana. Se eu ganhar a eleição e for presidente, faremos a América grandiosa outra vez."


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