Folha de S. Paulo


Reino Unido ataca área petrolífera em seu 1º bombardeio ao EI na Síria

O Reino Unido realizou nesta quinta-feira (3) seus primeiros ataques contra o Estado Islâmico na Síria. Os bombardeios ocorrem horas depois de o Parlamento autorizar a entrada na coalizão liderada pelos EUA contra a milícia.

Em entrevista à rede de televisão BBC, o ministro da Defesa, Michael Fallon, disse que quatro caças Tornado atacaram seis alvos no centro petroleiro de Al Omar, região do leste da Síria próxima à fronteira do Iraque.

A área de extração e refino de óleo é controlada desde o ano passado pelo Estado Islâmico e é usada no contrabando de combustíveis, uma das principais fontes de renda dos extremistas.

Os caças britânicos partiram da base de Akrotiri, em Chipre, de onde o Reino Unido também dispara suas operações no Iraque. Fallon disse que os danos provocados deverão ser avaliados nas próximas horas.

O ministro da Defesa afirmou que a ordem para o ataque foi tomada minutos depois da aprovação no Parlamento, na noite de quarta. Para ele, esta é uma resposta ao pedido de apoio da França no combate à facção terrorista.

"Temos outros alvos similares que esperamos atacar nos próximos dias. Temos muito trabalho pendente para atacar estes pontos e ajudar a cortar o fluxo de armas e petróleo aos terroristas", disse Fallon.

VOTAÇÃO

O apoio à França —alvo dos atentados que deixaram 130 mortos em Paris em 13 de novembro— foi um dos motivos elencados desta vez pelo primeiro-ministro David Cameron para convencer seus pares a aprovarem a intervenção.

Cameron admitiu que a decisão era difícil, mas necessária para conter o terrorismo. "A questão era se o Reino Unido deveria perseguir os terroristas em seus territórios ou sentar e esperar que nos ataquem."

O governo francês comemorou a decisão e a chamou de um sinal de solidariedade com o país depois da série de ataques em Paris. Na noite de quarta, o presidente dos EUA, Barack Obama, também saudou a iniciativa.

Na sessão de mais de dez horas, o Legislativo britânico aprovou por 397 votos a favor e 223 contrários a ação militar. Antes, os parlamentares derrubaram a medida que impedia a entrada no conflito, colocada em 2013.

Na época, Cameron tentou votar uma intervenção militar na Síria devido ao ataque de armas químicas à periferia de Damasco que, para o Ocidente, teria sido executado pelo regime do ditador Bashar al-Assad.

A moção foi rejeitada pelos parlamentares, em especial devido ao temor de que a ação militar na Síria tivesse efeito similar à participação na guerra no Iraque, criticada pela sociedade britânica.


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