Folha de S. Paulo


Atiradores matam ao menos 14 em centro comunitário na Califórnia

Um grupo de três atiradores invadiu nesta quarta (2) um centro de assistência a pessoas com deficiência em San Bernardino, no Estado americano da Califórnia, deixando 14 mortos e 17 feridos.

Dois dos atiradores —um homem e uma mulher morreram em troca de tiros desatada por um cerco ao carro dos suspeitos.

O chefe policial de San Bernardino, Jarrod Burguan, afirmou que as autoridades acreditam que os dois são os únicos envolvidos no ataque.

Segundo testemunhas, os atiradores entraram por volta das 11h locais (17h em Brasília) no Inland Regional Center armados com metralhadoras e usando coletes à prova de balas e rosto coberto.

"Eles vieram preparados como se estivessem em uma missão militar. Fizeram isso com um motivo", disse o chefe de polícia de San Bernardino, Jarrod Burguan.

As vítimas estavam em uma comemoração de Natal em um mesmo ambiente do prédio, que era ocupado por centenas de funcionários e pacientes. Apesar disso, não há informações sobre crianças entre os atingidos.

O centro Inland Regional, voltado a pessoas com deficiências, foi aberto em 1971, na cidade de San Bernardino. Atende mais de 30 mil pessoas e tem uma rede de 670 funcionários, de acordo com seu perfil no Facebook.

Os agentes não sabiam qual era a motivação dos ataques até as 18h locais (meia-noite em Brasília). Jarrod Burguan disse ser mais provável que se trate de uma ação de terrorismo doméstico.

Por outro lado, o FBI (polícia federal americana) diz que não descarta a possibilidade de ação de um grupo terrorista estrangeiro.

Ataque em San Bernadino

OBAMA

O presidente Barack Obama voltou a criticar o controle de armas no país e pediu mais rigor. Em entrevista à rede CBS instantes após saber do ataque, Obama disse que ainda não conhecia detalhes.

"A única coisa que sabemos é que há um padrão de ataques em massa neste país que não encontra paralelo em nenhum lugar do mundo. Há medidas que poderíamos adotar que não eliminariam todos os episódios, mas diminuiriam a chance de ocorrer com tanta frequência", disse.

O presidente voltou a defender uma legislação mais rígida para a venda de armas.

"Aqueles que estão preocupados com o terrorismo devem saber que temos uma lista de pessoas impedidas de voar em aviões, mas essas mesmas pessoas podem entrar numa loja, comprar uma arma e não há nada que possamos fazer para detê-los."

Este é o segundo ataque de atirador nos EUA em menos de uma semana. Na última sexta-feira (30), um homem armado invadiu uma clínica da organização Planned Parenthood em Colorado Springs, no Colorado, deixando três mortos.

Porém, diferentemente do primeiro e da maioria dos ataques, este teve mais de um atirador. Isso ocorreu em apenas dois de 160 ataques a tiros registrados nos EUA entre 2000 e 2013, segundo o FBI.

Testemunhas relataram pavor durante o ataque desta quarta. Funcionários e pacientes enviaram mensagens a familiares que se aglomeravam diante do centro durante a ação policial.

Uma delas foi a mulher de Gabriel Torres, 38, que pediu ao marido por telefone que cuidasse das filhas do casal enquanto estava escondida debaixo de uma mesa.


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