Folha de S. Paulo


Macri estuda entregar gestão de seu patrimônio quando tomar posse

O presidente eleito da Argentina, Mauricio Macri, informou que deixará a administração de seu patrimônio conseguido como empresário nas mãos de um gestor independente.

O dinheiro seria administrado por meio de um mecanismo chamado de "fideicomisso cego", que consiste em destinar temporariamente seu patrimônio para que uma terceira pessoa o administre.

Raúl Ferrari/Xinhua
O presidente eleito de Argentina, Mauricio Macri, ao sair de reunião com Cristina Kirchner em Olivos
O presidente eleito de Argentina, Mauricio Macri, ao sair de reunião com Cristina Kirchner em Olivos

Segundo valores declarados pelo político antes da eleição, Macri tem 52 milhões de pesos (cerca de R$ 14 milhões). O objetivo da medida seria evitar conflito de interesses ao tomar decisões que poderiam influenciar seu patrimônio.

"Procuro um instrumento que dê maior transparência à minha situação patrimonial, para demonstrar que não tomo decisões ligadas ao meu patrimônio enquanto esteja na Presidência", disse Macri, em entrevista no domingo (29).

Filho de um dos empresários mais ricos do país, com atuação nos setores agroindustrial e de construção civil, Macri disse que suas empresas não têm contratos com o governo neste momento.

"Obviamente, se baixam as retenções [impostos pagos pelos ruralistas] e se exporta mais, todo o bem que fizer o governo permitirá que essas atividades cresçam", disse Macri.

O mecanismo não é adotado com frequência nos países sul-americanos. O único caso conhecido foi o do empresário e ex-presidente do Chile Sebastián Piñera que, ao assumir o cargo em 2010, colocou seu patrimônio sob controle de um fundo.

Durante seu governo, porém, houve críticas de que ele não havia colocado todo o patrimônio sob administração de terceiros e, sim, apenas uma parte dele.


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