Folha de S. Paulo


Na COP21, Obama pede a líder turco que reduza tensões com a Rússia

Yasin Bulbul/Associated Press
U.S. President Barack Obama, right, speaks before a bilateral meeting with Turkish President Recep Tayyip Erdogan, left, in Paris, France, Tuesday, Dec. 1, 2015. The leaders discussed the continuing crisis in Syria, and the fight against the Islamic State group. (AP Photo/Yasin Bulbul, Presidential Press Service, Pool) ORG XMIT: ANK103
Obama (à direita) se reúne Erdogan durante a COP21, em Paris

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu nesta terça-feira (1º) que Turquia e Rússia contenham as tensões provocadas pela derrubada de um jato russo e concentrem esforços em sua "prioridade comum", o combate à milícia radical Estado Islâmico (EI).

Obama se reuniu com seu homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan, em Paris, durante a conferência do clima das Nações Unidas. Na segunda-feira (30), o líder americano havia encontrado seu colega russo, Vladimir Putin, para discutir os mesmos assuntos.

Durante a reunião com Erdogan, Obama reafirmou o apoio dos EUA à segurança da Turquia. Os dois países são membros da Otan (aliança militar ocidental).

"Os EUA apoiam o direito da Turquia de se defender", disse o presidente. "Conversamos sobre como a Turquia e a Rússia podem trabalhar juntas para acalmar as tensões e encontrar um caminho diplomático para resolver o problema."

"Temos um inimigo comum, que é o EI. Quero assegurar-me de que nos concentremos nessa ameaça", afirmou.

Após a reunião com Obama, Erdogan disse querer evitar a escalada das tensões com a Rússia.

"Nossa preocupação é não ficar mal nisso, mas, ao contrário, transformar isso em paz e contribuir para a paz na região", disse o presidente turco.

O primeiro-ministro da Turquia, Ahmet Davutoglu, pediu nesta terça-feira a abertura de canais de comunicação entre Ancara e Moscou para evitar novos incidentes.

Há uma semana, a aviação turca abateu um jato russo perto da fronteira com a Síria sob a acusação de violação de espaço aéreo. A intromissão é negada pela Rússia, que retaliou a Turquia com sanções econômicas.

Putin acusou nesta segunda-feira a Turquia de ter derrubado o jato russo para proteger rotas de tráfico de petróleo que Ancara compra do EI. Erdogan negou as acusações, e disse que "deixaria seu cargo" caso fosse provado que seu governo compra petróleo extraído pela facção.

A derrubada do jato russo alimentou os temores de uma escalada militar na região, já afetada pela guerra civil síria e pelo avanço do EI sobre os territórios da Síria e do Iraque. O desentendimento entre Rússia e Turquia pode comprometer os esforços internacionais de combate à milícia.

Arte: Derrubada do avião russo


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