Folha de S. Paulo


Agência de Segurança Nacional dos EUA deixa de coletar dados telefônicos

A NSA (Agência Nacional de Segurança dos EUA) informou que, a partir da meia-noite de sábado (28) deixaria de coletar dados de chamadas telefônicas de americanos.

Com isso, o órgão encerra a controvérsia sobre invasão de privacidade iniciada quando Edward Snowden trouxe à tona as denúncias de vigilância promovida pela NSA contra cidadãos comuns.

Saul Loeb/AFP
(FILES): This Jnuary 29, 2010 file photo shows the National Security Agency (NSA) headquarters at Fort Meade, Maryland. The National Security Agency will cease its access to most bulk data collected under a controversial surveillance program in November, but retain records for litigation purposes, officials said July 27, 2015. The office of the Director of National Intelligence said in a statement that the bulk telephony data -- the subject of leaks by former intelligence contractor Edward Snowden which shocked many in the US and abroad -- would be destroyed
Imagem de arquivo mostra as instalações da Agência de Segurança Nacional em Fort Meade (Maryland)

A partir de domingo (29), o governo não poderá mais quebrar por conta própria o sigilo de dados de cidadãos –se, por exemplo, quiser obter dados de um determinado número telefônico para analisar movimentos potenciais de terrorismo, deverá solicitar à companhia telefônica em questão que cheque as informações. O governo não vai mais reter a informação obtida.

Em janeiro, o presidente Barack Obama havia anunciado que a coleta de dados telefônicos pela NSA chegaria ao fim. O Congresso estabeleceu um prazo de seis meses para que isso ocorresse –o prazo terminou no sábado.

Durante a vigência do programa, o governo coletou informações de chamadas, nas quais se incluíam não só a duração dos telefonemas, mas os números utilizados. O conteúdo das ligações, porém, não era monitorado, gravado ou arquivado pela NSA.

NOVO PROCEDIMENTO

O diretor da agência, em um despacho por escrito, defendeu o programa, ora sob revisão. "Ainda temos de poder identificar a comunicação entre terroristas no exterior e indivíduos com os quais eles façam contato nos Estados Unidos", dizia a nota da NSA.

Nesse novo momento do programa, o governo terá de apresentar um número de telefone ou celular às companhias telefônicas a fim de que se procure informação relevante entre as chamadas. Salvo em emergências, não será possível obter registros de chamadas sem uma ordem prévia e individual emitida por uma corte federal especial de inteligência.

Por ora, a NSA, que conduzia o programa de coleta de dados em massa, continuará tendo o acesso às informações obtidas antes do encerramento do programa. A agência diz que essa base de dados só será consultada a fim de testar o novo programa e para fins judiciais, a fim de atender solicitações em processos civis que questionem a constitucionalidade do programa.


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