Folha de S. Paulo


Turquia ajudará a controlar imigração em troca de acordo para entrar na UE

Kayhan Ozer/Associated Press
Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan
Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan

A Turquia ajudará a controlar o fluxo de imigrantes que ameaça comprometer o futuro da zona livre de passaportes na Europa em troca de recursos e da retomada das negociações para que o país possa se tornar membro da União Europeia.

Neste domingo (29), representantes da UE se encontraram em Bruxelas com o presidente turco, Ahmet Davutoglu, que classificou o momento como "histórico". "Agradeço aos líderes europeus por esse novo começo."

Segundo o acordo, o governo de Ancara receberá € 3 bilhões para arcar com ajuda aos refugiados em seu território. O valor será concedido conforme o país atender condições pré-estipuladas. Cerca de 2,2 milhões de sírios que fugiram da guerra civil hoje vivem na Turquia.

"Como a Turquia está recebendo refugiados —que não irão para a Europa— faz sentido que ela receba ajuda europeia para acomodá-los", disse o presidente francês, François Hollande, que participou do encontro.

Além disso, o acordo prevê a reabertura, em dezembro, das negociações da UE com a Turquia sobre sua adesão ao bloco —que vêm se arrastando desde 2005. Também serão planejados novos encontros com este fim para os três primeiros meses do próximo ano.

A UE também planeja suspender a necessidade de vistos para turcos que planejam viajar para os países do bloco, a partir de outubro de 2016, caso Ancara cumpra alguns critérios, como o fortalecimento de sua fronteira asiática e a redução do fluxo de migrantes que parte do país à Europa.

Em entrevista após reunião com representantes europeus, o premiê turco Ahmed Davutoglu disse que a Turquia e a União Europeia estão "pagando o preço pelo fracasso das Nações Unidas (ONU) em solucionar o problema da crise síria em seus estágios iniciais".


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