Folha de S. Paulo


Hollande reforça declaração de guerra ao terror em cerimônia para vítimas

O presidente da França, François Hollande, voltou a adotar tom bélico, na manhã desta sexta (27), em discurso durante uma homenagem às vítimas dos atentados em Paris do último dia 13.

Em evento realizado no pátio interno dos Invalides, complexo parisiense que inclui monumentos e museus ligados à história militar do país (incluindo a tumba de Napoleão Bonaparte), Hollande disse que as vítimas foram "abatidas" por encarnar a França. "Porque eram a liberdade, foram massacradas", completou.

Reincidindo no léxico de guerra, o presidente se referiu aos que "caíram" na sexta-feira fatídica e prometeu que o país usará todos os meios possíveis "para destruir o Exército de fanáticos que cometeu esses crimes".

A própria escolha do local da cerimônia, um panteão militar, não civil, já sinalizava o caráter que o presidente queria imprimir ao ato. Segundo a imprensa francesa, o Ministério da Defesa sugeriu outro endereço, mas Hollande insistiu para que o tributo acontecesse ali.

Em seu discurso, o presidente disse que os terroristas "fracassarão" em dividir os franceses, criar fraturas sociais. "Eles cultuam a morte; nós praticamos o amor à vida", afirmou.

"Conhecemos o inimigo: é o ódio que matou em Bamako, Tunis, Palmira, Paris e, antes, em Londres e Madri. É o fanatismo, o obscurantismo, que renega a mensagem do livro sagrado do islã. Venceremos com as forças da República e as armas da democracia."

Ministros, diplomatas e políticos eminentes da oposição, como o ex-presidente Nicolas Sarkozy e a líder da extrema-direita Marine Le Pen, compareceram à cerimônia, fechada ao público. Parentes das vítimas, feridos já recuperados e profissionais de salvamento e de saúde que participaram do atendimento às vítimas também estavam presentes. O público total era de cerca de 1.300 pessoas, segundo a imprensa francesa.

Antes de Hollande discusar, foram lidos nomes e idades de cada um dos 130 mortos nos ataques. "A Marselhesa", hino francês, foi entoada no começo e no fim da homenagem, que durou cerca de 50 minutos.

Desde os atentados, o governo francês estabeleceu um estado de emergência no país e tem se articulado com potências militares, como Estados Unidos e Rússia, para unificar os esforços de combate ao EI na Síria.

Arte: Cronologia dos ataques


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