A morte do piloto do bombardeiro russo Su-24 abatido pela Turquia, baleado pela oposição armada síria quando descia de paraquedas após se ejetar, foi classificada como um "crime de guerra" pelo ministro das Relações Exteriores da Síria, Walid Moallem, que está em visita a Moscou.
"Lamentamos que os terroristas apoiados por Erdogan [presidente turco] tenham disparado contra o piloto que descia de paraquedas. Trata-se, sem exagero, de um crime de guerra", disse Moallem nesta quarta (25), após se reunir com Serguei Narishkin, presidente da Duma, a Câmara Baixa do Parlamento da Rússia.
O outro ocupante da aeronave sobreviveu, mesmo após rebeldes terem abatido o helicóptero que foi resgatá-lo.
Reuters | ||
O jato russo SU-24 cai na área de fronteira entre a Turquia e a Síria após ser abatido |
A derrubada do Su-24 na terça-feira por dois caças F-16 turcos "demonstrou a todo mundo que [Recep Tayyip] Erdogan e seus aliados próximos ajudam os terroristas no território sírio", afirmou o chanceler.
"O bombardeiro russo foi derrubado pelo governo da Turquia, que deu ordens a suas Forças Aéreas de atacar um avião russo no espaço aéreo da Síria. Os esforços para destruir as posições do Estado Islâmico, Frente al-Nusra e organizações organizações terroristas não agradaram as autoridades turcas", afirmou.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, afirmou nesta quarta-feira ao colega turco, Mevlüt Çavusoglu, que a Rússia suspeita que a derrubada de um bombardeiro russo Su-24 por aeronaves turcas foi um ato premeditado.
"Temos sérias suspeitas que isso foi um ato premeditado. Isto se parece muito com uma provocação planejada", disse Lavrov em entrevista.
Na terça, o presidente russo, Vladimir Putin, acusou a Turquia de ser "cúmplice do terrorismo" e alertou que a derrubada do Su-24 "terá graves consequências para as relações russo-turcas".
Por outro lado, a Turquia insiste que o avião de guerra russo violou seu espaço aéreo e seus pilotos ignoraram dez advertências.
Avião russo é abatido e cai na Síria