Folha de S. Paulo


Grupos preparam mobilizações alternativas para conferência do clima

Grupos de defesa do meio-ambiente estão preparando mobilizações alternativas para a Conferência do Clima de Paris (COP-21) após o governo francês proibir atos e passeatas devido aos ataques na capital francesa e em Saint-Denis no último dia 13.

Por causa dos ataques da milícia radical Estado Islâmico, o governo francês decretou estado de emergência, dando poderes especiais às autoridades, incluindo o de suspender manifestações. O Senado aprovou a manutenção do período de exceção por três meses.

A Coalizão Climat 21, que reúne cerca de 130 grupos de defesa do meio-ambiente, divulgou um plano de manifestações alternativas para a conferência, que ocorre entre os dias 29 de novembro e 12 de dezembro na capital francesa.

A entidade afirmou que vai espalhar instalações artísticas ao redor da cidade e dos locais dos eventos oficiais como forma de pressão sobre os líderes que comparecerão ao evento.

"Nós não vamos renunciar à nossa mobilização, mas pensamos em outras formas de ocupar o espaço público" disse Juliette Rousseau, porta-voz da entidade, ao jornal francês "Le Monde".

Segundo o grupo, aparelhos sonoros serão espalhados pelos locais, com a reprodução de vozes de manifestantes, e sapatos serão colocados nos lugares por onde as marchas passariam, como forma de representar a mobilização.

Além disso, "um símbolo comum será proposto para exprimir o engajamento pelo clima", segundo comunicado do coletivo, para ser espalhado em locais públicos, janelas, bares e esquinas de Paris —o símbolo não foi divulgado imediatamente.

A Climat 21 afirma também estar organizando 57 marchas em diferentes cidades simultaneamente à COP. Berlim, Johannesburgo, Sydney e Barcelona estão entre os locais de mobilização.


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