As primeiras pesquisas de boca de urna divulgadas depois do fim da votação na Argentina apontavam que o candidato opositor Mauricio Macri venceu o segundo turno e será o novo presidente do país.
Segundo os jornais "Clarín" e "Perfil" e o site Infobae, levantamentos feitos pelas campanhas de Macri e do candidato governista Daniel Scioli mostravam o opositor na frente com vantagem de seis a 20 pontos percentuais.
Ambos os levantamentos mostram vitória de Macri na província de Buenos Aires, maior colégio eleitoral argentino, e ampla vantagem na cidade de Buenos Aires e nas províncias de Córdoba e Santa Fe, governadas pela oposição.
Os dois candidatos, porém, veem com cautela as pesquisas. No primeiro turno, elas davam vantagem entre oito e dez pontos para Scioli contra Macri, com alguns institutos dando vitória sem necessidade de tira-teima.
No final, Scioli recebeu 37% dos votos, contra 34% de Macri, uma diferença muito menor que a prevista por todos os institutos. Isso fez com que a Argentina passasse por seu primeiro segundo turno da história.
Os primeiros resultados foram divulgados às 19h25 locais (20h25 em Brasília). Com 5,37% das seções eleitorais apuradas, Macri tem 54,09% dos votos, contra 45,91% de Daniel Scioli. A tendência definitiva da eleição deverá ser divulgada por volta das 22h30 em Buenos Aires (23h30 em Brasília).
O ministro da Justiça, Julio Alak, disse que mais de 78% dos eleitores de todo o país votaram. O número é menor que o do primeiro turno, quando houve participação de 82%, mas é maior que os 67% das primárias.
Eleição na Argentina - Candidatos se enfrentam
FESTA
Apesar da cautela dos candidatos, os aliados de Mauricio Macri faziam festa no centro usado pelo partido para agrupar a militância, em Buenos Aires. Os dirigentes opositores se diziam felizes, mas foram cautelosos.
"A eleição não terminou, a eleição termina quando as zerésimas estejam entregues. Estamos muito contentes com a eleição, mas temos que ir passo a passo", disse o dirigente do PRO Marcos Peña.
O presidente da União Cívica Radical, Ernesto Sanz, foi menos comedido. "A Argentina já não será mais igual a partir desta noite. A democracia argentina recuperou seu equilíbrio e veremos também se recuperou a alternância."
Do lado de Scioli, o chefe de gabinete do governador de Buenos Aires, Alberto Pérez, disse que é necessário esperar os resultados finais, mas agradeceu à militância peronista por ter pedido aos eleitores que fosem às urnas.
"Acho que os líderes deste dia são eles, os militantes do peronismo que acompanharam a candidatura de Daniel Scioli. Acredito que hoje ganhou a democracia. Em poucas horas saberemos quem será o novo presidente."