Folha de S. Paulo


Ir à conferência em Paris mostrará que não temos medo, diz Obama

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, confirmou neste domingo (22) que vai participar da Conferência do Clima de Paris (COP-21), prevista para 30 de novembro, e pediu aos líderes mundiais que façam o mesmo para mostrar aos terroristas que "não têm medo".

"Acredito que é absolutamente vital para todos os países e líderes enviar a mensagem de que a crueldade de alguns assassinos não impedirá o mundo de se dedicar aos assuntos importantes", disse Obama em entrevista a jornalistas em Kuala Lumpur, na Malásia, onde participou da cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean).

A agência de notícias Reuters, que cita uma fonte na Presidência francesa, diz que todos os chefes de Estado convidados para a conferência confirmaram presença. Os líderes mundiais vão discutir planos para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e prevenir temperaturas globais mais elevadas.

Obama afirmou também que os EUA e seus aliados não vão afrouxar a batalha contra os extremistas do Estado Islâmico —facção terrorista reivindicou os ataques coordenados do último dia 13 em Paris, na França, que deixaram 130 mortos.

"Destruir [o EI] não é apenas um objetivo realista, nós vamos fazê-lo", disse o americano. "Nós vamos destruí-los. Nós vamos reconquistar os territórios em que eles estão atualmente, acabar com seu financiamento, desfazer suas redes de contatos, seus meios de suprimentos e nós vamos destruí-los."

Em seu discurso de encerramento de uma viagem de nove dias por Turquia e Ásia, Obama qualificou o Estado Islâmico como "assassinos com boas redes sociais".

"A melhor forma de lutar contra o EI é não ter medo. São um punhado de assassinos com boas redes sociais", afirmou o presidente.

Os recentes atentados no Sinai (no Egito), em Paris, em Beirute e em Bamaco (no Mali) monopolizaram neste fim de semana a agenda da cúpula de Asean, que também contou com a presença do presidente de China, Austrália, Coreia do Sul e Índia.

O líder americano destacou que líderes políticos e religiosos devem trabalhar para solucionar os problemas de fundo da "ideologia viciosa" do EI e de outros grupos extremistas que, apesar de letal efeito, só atraem uma "ínfima fração" dos muçulmanos.

"Somos mais fortes, representamos 99% da humanidade, por isso vamos ganhar", disse.

RECADO À RÚSSIA

Obama disse que "seria de ajuda" se a Rússia direcionasse seu foco nos ataques aéreos na Síria às forças do Estado Islâmico —uma crítica ao país, acusado de atacar mais opositores do governo do ditador Bashar al-Assad do que os terroristas.

O americano lembrou ainda que foi o Estado Islâmico quem derrubou o avião russo no Egito em 31 de outubro, matando 224 pessoas. O presidente russo, Vladimir Putin, precisa ir atrás das pessoas que mataram cidadãos russos, disse Obama.

Ele afirmou esperar que Moscou, aliado de Assad, concorde com uma mudança de governo na Síria e a renúncia do governante.


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