Folha de S. Paulo


Prima de mentor de ataques em Paris não era mulher-bomba, diz imprensa

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Policiais que participam das investigações da série de atentados em Paris informaram nesta sexta-feira (20) que a prima do mentor dos ataques, Abdelhamid Abaaoud, não se explodiu na operação que terminou com a morte do extremista.

Segundo a agência de notícias AFP, a TV iTélé e o jornal "Le Figaro", a pessoa que se detonou um cinto de explosivos durante a ação policial era na verdade um homem, cujo corpo foi encontrado nesta sexta e ainda não foi identificado.

Hasna Aitboulahcen

Os investigadores dizem que Hasna Ait Boulahcen, 26, morreu em decorrência da explosão. A informação de que um homem teria feito o ataque condiz com os fundamentos do Estado Islâmico, dizem especialistas.

Ao jornal francês "Libération", o jornalista Davis Thomson, especialista em extremismo islâmico, disse que as mulheres não têm o direito de participar de ações de combate por ordem do chefe da milícia radical, Abu Bakr al-Baghdadi.

Mais cedo, a Procuradoria da França confirmou a existência de um terceiro corpo dentro do apartamento onde se alojaram os extremistas em Saint-Denis, na periferia de Paris. O local foi invadido pela polícia na quarta-feira (18).

Além das mortes dos três, a operação policial terminou com oito pessoas presas. Todas são investigadas por ligação com os atentados, que deixaram 130 mortos e mais de 360 feridos na última sexta (13) na capital francesa e em Saint-Denis.

A rede de televisão CNN afirmou nesta sexta que imagens de circuito interno de TV mostram Abaaoud na estação de metrô Croix de Chavaux por volta das 22h (19h em Brasília), minutos depois do início da série de ataques em Paris.

O local fica a 5 km ou nove estações de metrô da casa de shows Bataclan, onde 89 pessoas foram mortas em um show de rock, e a sete estações da rua Charonne, onde dois restaurantes foram atacados.

Por outro lado, a agência de notícias AFP afirma que as impressões digitais do mentor do ataque foi encontrada em um dos três fuzis AK-47 usados contra os frequentadores dos restaurantes da rua Charonne. Isso reforçaria a tese de participação ativa nos atentados.

EMERGÊNCIA

Nesta sexta, o Senado da França prorrogou por unanimidade o estado de emergência por três meses. Com isso, a polícia do país continuará a poder fazer mandados de busca e apreensão e prisões sem autorização judicial.

O primeiro-ministro, Manuel Valls, disse que 164 pessoas foram colocadas em prisão domiciliar nesta semana. A maioria delas teve a liberdade restringida por cometer ações consideradas perigosas ou representar um perigo para a sociedade.

O estado de emergência também estendeu o bloqueio a páginas e perfis em redes sociais que fazem apologia ao terrorismo e as proibições a manifestações. Dentre elas, estão as previstas para a Conferência do Clima, que começa no dia 30.

A Procuradoria de Paris confirmou ainda a identidade do terceiro homem-bomba que atacou a região do Stade de France no dia 13. Trata-se de outro homem que entrou com um passaporte sírio pela Grécia em 3 de outubro.


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