Folha de S. Paulo


Rússia envia aviões militares ao Egito para recolher bagagem de turistas

O Ministério da Defesa da Rússia enviou neste domingo (8) dois aviões militares ao Egito para retirar a bagagem dos turistas russos, que em seus voos de volta ao país não podem embarcar com as malas por motivos de segurança.

"Os primeiros dois aviões militares de transporte Il-76 já chegaram aos aeroportos de Hurghada e Sharm el-Sheikh", informou o órgão em comunicado.

Dezenas de milhares de pessoas estão há dias esperando para poder voltar a suas casas, por conta das restrições impostas–o que poderia causar um duro golpe para o vital mercado turístico do Egito, que já sofria as consequências da violência dos últimos anos.

Moscou anunciou no sábado o envio de 44 aviões para repatriar os cerca de 80.000 russos que estão no Egito, principalmente em Sharm el Sheij e em outra estação balneária do mar Vermelho, Hurghada.

O vice-primeiro-ministro, Arkadi Dvorkovich, disse neste domingo, em Moscou, que cerca de 11.000 turistas foram repatriados nas últimas 24 horas, e anunciou que mais pessoas voltariam à Rússia ao longo do dia.

Londres também começou a repatriar os cerca de 20.000 britânicos que estavam em Sharm el Sheij quando caiu o avião. Já foram retirados de lá ao menos 3.500, entre sexta e sábado, e oito aviões vão do Reino Unido ao Egito neste domingo (8).

Na sexta-feira passada, a Rússia suspendeu todos os voos comerciais ao Egito, onde no último dia 31 um avião de seu país com 224 pessoas a bordo caiu, sem que até agora se conheçam as causas da tragédia.

Tal decisão foi imediatamente adotada por Estados Unidos e Reino Unido, que afirmaram suspeitar que o acidente do avião, um Airbus A-321, foi causado por um atentado terrorista. A suspensão dos voos de passageiros ao Egito, no entanto, não foi acompanhada de uma operação de evacuação dos turistas russos que estão no país árabe.

O número de voos é limitado porque a Rússia e o Reino Unido só permitiram que turistas viajassem com sua mala de mão. As malas que precisam ser despachadas terão que voar em aviões diferentes, fretados especialmente, por motivos de segurança.

A restrição levou o Egito a limitar o número de voos diários porque o aeroporto não teria capacidade de armazenar tantas equipagens.


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