Folha de S. Paulo


SAIBA MAIS

Túmulo de José, incendiado por palestinos, foi alvo de disputa

Espremida entre duas montanhas e outrora conhecida pela fabricação de sabão de azeite de oliva, a cidade palestina de Nablus teve a fama pervertida pelo conflito e tornou-se um símbolo da violência e intolerância entre israelenses e palestinos.

Está no seu arredor, por exemplo, o campo de refugiados de Balata, um dos maiores da Cisjordânia. São 30 mil moradores -parte dos quais teve um importante papel durante os confrontos da Primeira e da Segunda Intifada, nas últimas décadas.

Nablus é um importante centro urbano na Cisjordânia. O nome atual vem de "Neapolis", a "nova cidade" fundada ali pelos romanos. Israelenses se referem ao lugar como "Shechem", em referência ao local bíblico.

O túmulo de José, queimado nesta semana por extremistas palestinos, foi historicamente disputado por populações samaritanas, cristãs, judaicas e muçulmanas.

O cenário intensificou-se com a conquista por Israel da Cisjordânia, em 1967. O túmulo passou a ser politicamente reivindicado por israelenses e palestinos, com diversos conflitos. Em 2011, por exemplo, um jovem israelense foi morto durante sua visita. Em 2014, palestinos tentaram incendiar esse local.

O ataque desta semana foi apresentado pela liderança israelense como prova do fundamentalismo palestino. O ex-chanceler Avigdor Lieberman, por exemplo, comparou a Autoridade Nacional Palestina com a organização terrorista Estado Islâmico.

Recentemente, porém, incêndios também foram causados por extremistas judeus na região, tendo como alvos mesquitas e igrejas. Em junho foi queimada uma igreja no mar da Galileia associada ao milagre da multiplicação de pães e peixes, segundo a tradição do cristianismo.

Esse local foi vandalizado com uma inscrição em hebraico, razão pela qual a suspeita recaiu sobre israelenses.


Endereço da página:

Links no texto: