Folha de S. Paulo


Míssil russo derrubou avião na Ucrânia, diz investigação holandesa

Veja vídeo

Para acionar as legendas em português, clique em Legendas/CC para ativar. Depois, clique em 1) Detalhes, 2) Legendas/CC, 3) Traduzir. Escolha o idioma.

As autoridades holandesas divulgaram relatório nesta terça-feira (13) apontando que um míssil de fabricação russa foi responsável pela queda do voo MH17 no ano passado na Ucrânia com 298 pessoas a bordo.

A investigação foi concluída pelo "Dutch Safety Board", órgão de investigação de acidentes aéreos da Holanda. De acordo com o relatório, o Boeing-777 da Malaysia Airlines foi atingido por um míssil russo Buk disparado de uma área de 320 quilômetros quadrados da região leste ucraniana.

O míssil teria explodido do lado esquerdo do avião, acima da cabine do piloto –três membros da tripulação teriam morrido imediatamente. "A parte de frente do avião foi penetrada por centenas de objeto de alta energia", aponta a investigação.

O relatório identifica um míssil russo como causa da queda com base no padrão dos danos causados nos destroços do avião e em fragmentos de ogivas usadas em mísseis Buk encontrados na fuselagem do Boeing e nos corpos de membros da tripulação. Esses vestígios coincidem, segundo o trabalho holandês, com partes de míssil recuperadas na área da queda.

Segundo análise holandesa, como apenas mísseis Buk estariam operando na região, não haveria outra alternativa que não fosse o uso de um deles para abater o avião. "Nenhum outro cenário que não seja o míssil Buk pode explicar as combinações dos fatores", diz o órgão.

O documento, no entanto, não aponta responsáveis pela ação. "A resposta para esta questão é da investigação criminal", diz o "Dutch Safety Board".

O avião fazia a rota Amsterdã-Kuala Lumpur e caiu em 17 de julho de 2014 na vila de Grabove, perto de Torez, região de conflito ocupada por separatistas pró-Rússia. Das vítimas, 193 eram holandesas. Na época da tragédia, a reportagem da Folha esteve no local e acompanhou, entre outras coisas, a ação dos separatistas para cercar o local e controlar a retirada dos corpos. A investigação da Holanda diz que somente quatro meses depois foi possível recuperar destroços com segurança.

De acordo com os investigadores holandeses, não houve falha humana da tripulação ou problemas técnicos na aeronave. O relatório destaca que o espaço aéreo daquela região deveria estar totalmente fechado diante do conflito em curso. "Está claro que a Ucrânia já tinha suficiente motivo para fechar o espaço aéreo no leste do país, antes de 17 de julho de 2014, como precaução", afirma. O relatório destaca para uma necessidade de uma revisão nas normais internacionais sobre voos comerciais em áreas de conflitos.

A queda do Boeing agravou o conflito e influenciou a decisão da União Europeia e dos EUA de impor sanções econômicas à Rússia.Pouco antes da divulgação do relatório, os parentes das vitimas foram informados do seu conteúdo. Segundo o "Dutch Safety Board", o relatório foca em quatro temas: as causas da queda, a questão de um voo naquele espaço aéreo, o motivo pelo qual as autoridades holandesas levaram de dois a quatro dias para confirmar a morte dos passageiros e se os passageiros tiveram consciência ou não de que o avião havia sido atingido.

Uma reconstrução do avião derrubado foi apresentada, junto a um vídeo explicando as descobertas da investigação. A remontagem dos destroços mostraria, de acordo com a investigação, que a aeronave foi abatida por destroços oriundos de um míssil disparado contra ela.

VALE ESTE

Onde foram encontradas as partes do avião


Endereço da página:

Links no texto: