Folha de S. Paulo


Em novos ataques, Rússia diz ter destruído duas bases do EI na Síria

Bombardeios russos destruíram um posto de controle da milícia radical Estado Islâmico (EI) próximo à cidade de Raqqa, base da organização jihadista no nordeste da Síria, assim como um bunker subterrâneo, onde explosivos eram armazenados, é o que anunciou neste sábado (3) o Ministério da Defesa da Rússia.

"Nas últimas 24 horas, os aviões SU-34 e SU-24M efetuaram mais de 20 ataques aéreos contra nove instalações do Estado Islâmico", disse o ministério.

Em Damasco, um militar sírio não identificado foi entrevistado por uma TV estatal dizendo que os ataques foram concentrados e destruíram um centro de comando na cidade central de Latamneh, na província de Hama, e tinham como objetivo alvos na parte noroeste das áreas de Jisr al-Shughour e Maaret al-Numan.

Editoria de arte/Folhapress
O MAPA DA GUERRA NA SÍRIA Rússia entra na guerra civil do país árabe um ano depois dos EUA
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Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, equipamentos e locais de armazenamento de armas foram destruídos em um ataque próximo a Jisr al-Shughour, assim como um depósito de munição em Maaret al-Numan.

O Estado Islâmico não tem presença na província de Idlib, onde estão localizadas Jisr al-Shughour e Maaret al-Numan.

Os ataques russos, que começaram na quarta-feira (30), têm sido realizados principalmente na região central e noroeste da Síria, locais estratégicos que são porta de entrada para as as fortalezas de Bashar Al-Assad na capital, Damasco, e na costa.

A Rússia afirma que os alvos são o Estado Islâmico e a Frente al-Nusra, braço sírio da Al-Qaeda. No entanto, alguns dos ataques podem ter atingido as facções rebeldes, na parte oeste do país.

Na sexta-feira (2), a coalização liderada pelos EUA pediu que a Rússia parasse de atacar os rebeldes sírios e concentrasse seus esforços para enfraquecer o EI. Moscou admitiu que tem outros alvos além do Estado Islâmico, mas negou que seus ataques têm acertado rebeldes sem ligação com o terrorismo.

A guerra civil na Síria já deixou mais de 250 mil mortos e forçou o deslocamento de 11 milhões de pessoas em quatro anos e meio. O EI declarou agosto de 2014 um califado em áreas da Síria e do Iraque, onde impôs um regime fundamentalista.


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