Folha de S. Paulo


Guarda presidencial de Burkina Fasso detém presidente, premiê e ministros

A poucas semanas da eleições presidenciais e legislativas, o presidente interino de Burkina Fasso, Michel Kafando, o primeiro-ministro interino, Isaac Zida, e dois ministros foram feitos reféns nesta quarta-feira (16) no palácio presidencial em Uagadugu pelo Regimento de Segurança Presidencial (RSP), a guarda do ex-presidente Blaise Compaoré.

A ONU, a União Africana (UA) e a Comunidade dos Estados do Oeste Africano exigiram a liberação dos reféns.

"A UA, a Cedeao e as Nações Unidas exigem a libertação imediata e incondicional dos reféns. Enfatizamos que os autores desses sequestros inaceitáveis responderão por suas ações e serão considerados responsáveis por qualquer violação da integridade física do presidente, do primeiro ministro e de outras pessoas que estão detidas", informaram as organizações em um comunicado divulgado no site da UA.

Sia Kambou - 19.nov.2014/AFP
O presidente interino Michel Kafando (esq.) e o coronel Isaac Zida no palácio presidencial em novembro passado
O presidente interino Michel Kafando (esq.) e o coronel Isaac Zida no palácio presidencial em novembro passado

A França, que colonizou o país africano, pediu a "libertação imediata de todas as pessoas detidas", disse o ministro das Relações Exteriores, Laurent Fabius, por meio de um porta-voz.

Os soldados "invadiram a Sala do Gabinete, às 14h30, e tomaram como refém o presidente Michel Kafando, o primeiro-ministro e dois ministros [Augustin loada e René Bagoro]" disse o presidente do Conselho Nacional de Transição, Cheriff Sy, em um comunicado enviado à agência AFP.

"Esta enésima rebelião do RSP é um grave atentado contra a república e suas instituições. Apelo a todos os patriotas que se mobilizem para defender a pátria", disse Sy.

Desde a derrubada de Blaise Compaoré, em outubro de 2014, Burkina Fasso é governado por autoridades interinas, lideradas por Michel Kafando e Yitzhak Zida.
Comparoé dirigia o país desde 1987, quando liderou o golpe que destituiu o presidente Thomas Sankara.

O atual governo interno deve deixar o poder depois das eleições presidenciais e legislativas, previstas para 11 de outubro..


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