Forças de segurança egípcias mataram neste domingo (13) 12 turistas egípcios e mexicanos após atacarem por engano seus veículos ao perseguirem terroristas islâmicos no oeste do Egito.
Segundo informações das forças de segurança, o incidente aconteceu em uma área não autorizada para turistas.
O deserto no oeste do Egito, muito popular entre turistas, é um dos redutos de grupos terroristas, que cometendo numerosos ataques contra forças de segurança em todo o país.
"As forças conjuntas da polícia e do Exército, perseguindo os terroristas em Wahat, no deserto ocidental, equivocadamente abriram fogo contra quatro picapes que transportavam turistas mexicanos", informou o Ministério do Interior em um comunicado.
"Doze pessoas foram mortas e 10 foram feridas, entre os turistas mexicanos e os egípcios que os acompanhavam", informou o ministério, acrescentando que os veículos estavam em uma área "não autorizada para os turistas".
As autoridades mexicanas ainda não pronunciaram.
RESPOSTAS
A chanceler do México, Claudia Ruiz Massieu, exigiu do embaixador do Egito no país uma investigação a fundo e explicação do incidente, informou neste domingo a Chancelaria mexicana.
A Secretaria de Relações Exteriores (SRE) informou em comunicado que "até o momento, infelizmente foi confirmada a morte de dois cidadãos mexicanos produto deste incidente".
A Chancelaria está em processo de identificar e confirmar os nomes dos mortos, disse.
"A Secretaria de Relações Exteriores informa, em relação com o grave incidente ocorrido no Egito, em circunstâncias ainda não esclarecidas, que um grupo de turistas entre os quais há um número indeterminado de nacionais mexicanos foi atacado no deserto a sudoeste desse país", informou o boletim.
Acrescentou que o embaixador do México no Egito, Jorge Álvarez Fuentes, e pessoal consular da embaixada estão no Hospital Dar-el-Fouad, em um subúrbio a oeste do Cairo, atendendo aos mexicanos.
Fuentes se encontrou pessoalmente com cinco dos mexicanos internados no hospital que estão em estado de saúde estável.
De acordo com o comunicado, a chanceler mexicana está em contato com o embaixador e ordenou enviar imediatamente para o Egito a diretora de Proteção dos Mexicanos em Exterior da SRE, Reyna Torres, assim como pessoal de embaixadas próximas para apoiar a tarefa de atendimento aos cidadãos e suas famílias.
"Igualmente, a chanceler Claudia Ruiz Massieu esteve em comunicação com o embaixador do Egito no México e lhe exigiu uma investigação a fundo e explicação dos fatos, assim como o apoio das autoridades egípcias aos nacionais mexicanos que estão sendo transportados ao Cairo", acrescentou.
O texto assinala que a embaixada do México no Egito e a SRE permanecem em alerta para conhecer a situação dos mexicanos afetados, enquanto pessoal de proteção da Chancelaria já entrou em contato com as famílias para informá-las sobre a situação.
DESERTO
O vasto deserto ocidental se estende desde os arredores de Cairo até a fronteira com a Líbia. Ainda não era possível localizar exatamente onde aconteceu o incidente, já que vários lugares são chamados Wahat nesse vasto deserto.
Durante a tarde deste domingo, a facção Estado Islâmico no Egito afirmou que havia resistido a uma operação do Exército no deserto ocidental e forçado os soldados a fugirem.