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Canadá rejeitou asilo à família de menino afogado, diz parlamentar

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Aylan Kurdi, o garoto de 3 anos encontrado morto em uma praia e cujas imagens avivaram a comoção por refugiados, partiu para a Europa em um barco após o Canadá ter negado o pedido de asilo feito por sua família, disse um parlamentar do país norte-americano.

A foto da criança foi registrada nesta quarta-feira (2) numa praia na região de Bodrum, na Turquia, e divulgada pela agência de notícias turca DHA. Kurdi é um dos 12 sírios que morreram no naufrágio de dois barcos em direção à ilha grega de Kos.

As imagens espalharam-se pelas redes sociais e ganharam repercussão no momento em que a Europa discute como lidar com o que considera o maior fluxo de refugiados desde a Segunda Guerra.

Segundo o legislador canadense Fin Donnely, a solicitação teria sido rejeitada apesar de a família ter parentes próximos no país oferecendo ajuda financeira e abrigo. Donnelly afirmou à imprensa canadense que submeteu o pedido em nome da família.

Tima Kurdi, que vive em Vancouver e é irmã do pai de Aylan, Abdullah, disse inicialmente à mídia do Canadá que a família só tentou a perigosa travessia depois de ter seu pedido negado.

Posteriormente, porém, ela afirmou que nenhum pedido formal foi feito em nome de Abdullah, esclarecendo que um foi enviado, e rejeitado, em nome de seu irmão Mohammad, que atualmente vive na Alemanha.

Mais tarde, o Departamento de Cidadania e Imigração do Canadá negou que tenha rejeitado um pedido da família.

"Não há nenhum registro de que um pedido tenha sido feito em nome do sr. Abdullah Kurdi e de sua família", disse o departamento em uma declaração.

O órgão afirmou, porém, que Mohammad Kurdi teve um pedido rejeitado por falta de documentação.

"Uma solicitação em nome de Mohammad Kurdi e sua família foi recebida pelo departamento, mas foi devolvida por estar incompleta, já que não atendia aos requerimentos para provar o reconhecimento do status de refugiado", afirmou.

Onde fica

Além de Aylan, também morreram no naufrágio a mãe do menino, Rihan, e seu irmão, Galip, de 5 anos.

Segundo as autoridades turcas, foram detidos nesta quinta-feira (3) quatro homens suspeitos de serem contrabandistas de pessoas.


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