Folha de S. Paulo


Merkel condena protestos violentos contra imigrantes na Alemanha

A chanceler alemã, Angela Merkel, condenou nesta segunda (24) os protestos violentos do fim de semana, realizados do lado de fora de um abrigo que recebe imigrantes na cidade de Heidenau -nos arredores de Dresden, no leste da Alemanha.

"Eu condeno nos termos mais fortes possíveis as explosões de violência", disse Merkel a jornalistas em Berlim. "Houve uma onda agressiva contra os estrangeiros que não é aceitável de forma alguma."

Axel Schmidt/Reuters
Policiais reagem a manifestantes de extrema-direita durante protestos contra imigrantes em Heidenau, no sábado (22)
Policiais reagem a manifestantes durante protestos contra imigrantes em Heidenau, no sábado (22)

Merkel, que havia sido criticada por não ter se pronunciado de forma dura sobre os ataques dos manifestantes de extrema-direita e neonazistas, que tiveram início na noite de sexta (21), disse na segunda que as imagens mostradas na TV são "chocantes" e a ação, "vergonhosa".

"É repulsivo como os extremistas de extrema-direita e os neonazistas estão disseminando sua mensagem vazia, mas é igualmente vergonhoso como cidadãos -até mesmo famílias com crianças– apoiam isso, marchando junto", disse Merkel.

Centenas de pessoas participaram das manifestações organizadas pelo partido ultranacionalista NPD, que terminou em confrontos com a polícia. Os radicais arremessaram garrafas e pedras em seus ataques. Ao menos 31 policiais alemães ficaram feridos.

A segurança foi reforçada no recém-criado abrigo após duas noites de protestos, na sexta e no sábado.

Na segunda à noite (hora local), cerca de 150 manifestantes bloquearam um ônibus em Leipzig, impedindo que imigrantes abrigados temporariamente em um ginásio de esportes fossem levados a Heidenau.

Os ataques contra abrigos de refugiados na Alemanha têm aumentado no último ano, à medida que o país recebe mais imigrantes que fogem de conflitos em seus países.

Segundo funcionários do governo, pelo menos 202 ações deste tipo foram registradas nos seis primeiros meses de 2015.

O governo alemão diz esperar que 800 mil pessoas busquem asilo no país até o fim do ano.


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