Folha de S. Paulo


Dois dias após ser condenado, general de Pinochet se suicida no Chile

Um general chileno aposentado se suicidou com um tiro na cabeça nesta quinta-feira (13) após um tribunal condená-lo a 20 anos de prisão por planejar o assassinato de um químico que trabalhava para o ex-ditador Augusto Pinochet.

Hernán Ramirez Rurange, 76, foi condenado com outros 13 ex-oficiais do Exército na terça-feira (11) por planejar o assassinato de Eugenio Berrios, cujo corpo foi encontrado em uma praia do Uruguai em 1995.

Segundo o tribunal, o assassinato de Berrios fazia parte de um esquema montado por agentes da ditadura de Pinochet (1973-1990) para obstruir as investigações sobre as violações de direitos humanos do regime.

O governo chileno confirmou nesta quinta-feira que Rurange morreu de um ferimento a bala em sua casa em um bairro de alto nível de Santiago.

A imprensa local informou que o ex-general se matou.

Ele deveria começar a cumprir sua sentença em poucos dias.

SARIN

Eugenio Berrios supervisionou a produção de gás sarin e de outros produtos químicos para a ditadura de Pinochet e enfrentou acusações de que ajudou a envenenar um popular político chileno em 1982.

La Nacion/AFP
O químico Eugenio Berrios, ex-agente da polícia de Pinochet, assassinado no Uruguai em 1995
O químico Eugenio Berrios, ex-agente da polícia de Pinochet, assassinado no Uruguai em 1995

Cerca de 25 anos após Pinochet deixar o poder, casos de violações de direitos humanos que datam da época da ditadura ainda estão sendo analisados em tribunais e vindo à tona pela primeira vez.

A morte de Ramirez Rurange vem seis dias depois de Manuel Contreras, o chefe da temida polícia secreta de Pinochet, morrer de causas naturais, em 7 de agosto.

Sua morte provocou várias comemorações na capital chilena.


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