Folha de S. Paulo


Bolívia quer reatar relações com EUA assim como Cuba, diz Evo Morales

O presidente da Bolívia, Evo Morales, disse nesta terça-feira que seu país deseja retomar as relações diplomáticas com os Estados Unidos, cortadas há sete anos devido à expulsão de embaixadores.

Em entrevista coletiva, o mandatário citou como exemplo a volta da relação dos americanos com Cuba, oficializada em julho, e o acordo nuclear do Irã como exemplos de que é possível a retomada do contato entre os dois países.

José Lirauze/Xinhua
O presidente Evo Morales concede entrevista com o encarregado de negócios dos EUA, Peter Brennan
O presidente Evo Morales concede entrevista com o encarregado de negócios dos EUA, Peter Brennan

"Antes, os Estados Unidos nos diziam para não termos relações com Cuba ou com o Irã. Agora os Estados Unidos têm boas relações com Cuba e com o Irã, uma surpresa, e nós não podemos ficar de fora", disse o presidente.

A declaração foi feita após encontro com o encarregado de negócios americano em La Paz, Peter Brennan. O diplomata disse que a reaproximação é de interesse dos EUA, mas que ainda não foi definida uma data.

"Tomara que possamos chegar ao nível de embaixadores. Isso pode ajudar a estabelecer mais relações comerciais, mais intercâmbios entre os empresários e o setor comercial de nossos países", disse Brennan.

Em 2008, Evo Morales expulsou o embaixador Philip Goldberg, acusando-o de apoiar um suposto golpe opositor. O governo americano negou a acusação e, em resposta, expulsou o embaixador boliviano em Washington.

Cinco anos depois, o mandatário expulsou também a Agência de Desenvolvimento Internacional dos EUA. A medida foi uma resposta à Casa Branca, que chamou a Bolívia de "parceiro inadequado na guerra às drogas".


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