Folha de S. Paulo


Morre o pai do bebê assassinado em incêndio causado por extremistas judeus

Said Dawabsha, pai do bebê palestino morto na semana passada após um incêndio em sua casa provocado por colonos extremistas judeus, sucumbiu neste sábado a seus ferimentos, informou a imprensa local.

Dawabsha, de 32 anos, tinha queimaduras de segundo grau em 80% de seu corpo e estava sendo atendido no Centro Médico Soroka, na cidade israelense de Bersheva.

Sua mulher, Rihan, de 27 anos, tem queimaduras de terceiro grau em 90% de seu corpo e respira com a ajuda de aparelhos, enquanto seu filho Ahmed, de quatro anos, sofreu queimaduras de segundo grau em 60% do corpo. Ambos estão no hospital Tel Hashomer de Tel Aviv e ainda correm risco de morte.

No ataque, ocorrido na madrugada do último dia 30 de julho e classificado pelas autoridades israelenses como "terrorismo judeu", dois colonos radicais lançaram um coquetel molotov que incendiou a casa da família imediatamente e matou o bebê Ali, de 18 meses.

ATAQUES E PRISÕES

No dia anterior ao ataque à casa do bebê palestino, um outro judeu radical esfaqueou seis pessoas na Parada Gay de Jerusalém, provocando a morte de uma adolescente judia.

Na noite do dia 3, as autoridades do país haviam prendido Meir Ettinger, suposto líder de um grupo extremista judeu responsável por ataques a casas de palestinos e a templos cristãos. No dia 5 um extremista judeu foi preso por seis meses sem acusações e julgamento, como resposta à pressão sobre o governo após os ataques de judeus radicais.

A prisão administrativa autoriza a prisão de pessoas sem que as acusações fiquem claras para os detentos, seus familiares e advogados. Aplicada contra centenas de palestinos, a medida não costuma ser usada contra israelenses.


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