A quatro dias da eleições primárias na Argentina, no próximo domingo (9), a presidente Cristina Kirchner anunciou um aumento de 12,49% a aposentados e pensionistas.
O reajuste vai beneficiar diretamente mais de 8 milhões de argentinos, cerca de 20% da população do país. É o segundo aumento concedido pelo governo neste ano e começará a valer em setembro, um mês antes da eleições definitivas, em outubro.
Em seu discurso, porém, Cristina afirmou que não se tratava de um ato de campanha. "Não é um anúncio estranho, é só a aplicação de uma lei", afirmou a presidente, referindo-se à legislação, aprovada em 2009, que determina dois aumentos por ano aos aposentados.
O segundo reajuste leva em consideração o desempenho de dois indicadores no primeiro semestre: os aumentos salariais e a arrecadação de impostos. Por isso, o anúncio é normalmente feito no início de agosto. Entretanto, pela lei, o governo é proibido de fazer anúncios 15 dias antes da eleição.
Cristina chegou a ser questionada na Justiça pela oposição quando fez o mesmo anúncio pouco antes da eleição de 2011, mas a causa não prosperou. Nesta quarta (5), ela lembrou do processo e afirmou que, tal qual naquele momento, a oposição iria protestar, mas que não daria em nada.
Cristina apareceu ao lado dos políticos aliados, como o governador da província de Buenos Aires, Daniel Scioli, candidato à Presidência pelo partido da presidente.
Neste ano, a presidente já anunciou um reajuste de 28% do salário mínimo e de 30% de um programa social semelhante ao brasileiro Bolsa Família.
Com o reajuste anunciado, o aumento total aos aposentados e pensionistas neste ano será de 33%, segundo o governo. A inflação argentina, porém, está em 27% ao ano, segundo índice difundido pelo Congresso.