O governo de Israel vai permitir interrogatórios mais duros contra supostos militantes extremistas judeus usando métodos que só eram usados contra palestinos detidos.
A decisão vem poucos dias após um ataque atribuído a judeus ultranacionalistas na Cisjordânia.
Na sexta-feira (31), supostos judeus extremistas atearam fogo a uma casa de palestinos na Cisjordânia, matando um bebê de 18 meses.
O anúncio foi feito um dia depois de o governo informar que vai começar a deter, sem julgamento, cidadãos suspeitos de violência política contra os palestinos.
Essa prática também só era usada até agora contra palestinos.
O gabinete de segurança do premiê Binyamin Netanyahu ficou sob forte pressão para enfrentar grupos judeus ultraortodoxos desde o ataque da sexta-feira contra a casa dos palestinos.
Nesta segunda, o ministro da Segurança Interior, Gilad Erdan, disse que o gabinete de segurança que aprovou as medidas de detenção no domingo também autorizou a realização de interrogatórios mais fortes contra judeus suspeitos.
"Um método de interrogatório como o 'iltul', ou qualquer ato que seja feito quando se trata de terroristas palestinos, deve ser feito quando se trata de um terrorista judeu ", disse Erdan, referindo-se a um termo hebraico para obter informações de um suspeito.
Segundo um porta-voz da polícia, a primeira prisão de um judeu suspeito de envolvimento em atividades criminosas relacionadas ao nacionalismo foi feita nesta segunda-feira,
O suspeito enfrentará uma audiência nesta terça-feira.
O porta-voz não quis dizer se Meir Ettinger, neto do falecido rabino Meir Kahane, que defendia a expulsão de árabes de Israel e dos territórios palestinos, estava envolvido no incêndio criminoso da sexta-feira.
Em uma entrevista à rádio do Exército, o ministro Erdan disse que o Estado pode exigir que suspeitos tenham de usar tornozeleiras eletrônicas para que seus movimentos sejam rastreados.
ATAQUE
Nesta segunda, duas pessoas ficaram feridas quando uma bomba incendiária foi atirada contra um carro em Jerusalém.
| Ahmad Gharabli/AFP | ||
 |
||
| Bombeiros combatem fogo em carro que foi alvo de ataque em Jerusalém |
Luba Samri, porta-voz da polícia local, disse uma mulher ficou gravemente ferida.
Ela informou que outra pessoa também ficou ferida, provavelmente após o carro da mulher se chocar contra um pequeno caminhão.
A polícia ainda não sabia quem havia realizado o ataque, mas ele se assemelha a outros ataques realizados por palestinos.